Dom Bertrand de Orleans e Bragança: um grande defensor da agricultura e da livre iniciativa
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Dr. Paulo Brossard Imagem: divulgação |
O centenário da morte de Pedro II
Paulo Broassard, Ministro do STF
Semana passada, dia 5, transcorreu o centenário da morte de Dom Pedro II, segundo e último Imperador do Brasil; seu reinado se estendeu por 49 anos, de 1840, quando decretada sua maioridade, a 1889, quando proclamada a república. Ao iniciar o reinado, o País estava convulsionado e foi entrando na posse da paz interna, vários problemas externos tiveram seu desenlace no prélio das armas, com desfecho sempre favorável ao nosso país; estradas de ferro foram assentadas; o telégrafo aproximou o Brasil; os brasileiros se conheceram nas escolas jurídicas do Recife e de São Paulo; a marinha se expandiu de maneira a corresponder a uma necessidade fundamental num país batido pelo oceano em milhares de quilômetros de costa; a escravidão foi sendo abatida, até sua eliminação; foi introduzido o trabalho livre e incrementada a imigração; afirmou-se a diplomacia brasileira; instituições culturais foram surgindo, ao lado do Instituto Histórico, o Instituto dos Advogados; alto grau de moralidade foi a regra na administração; o sistema eleitoral aperfeiçoou-se; leis importantes foram elaboradas, como o Código Comercial, e se iniciou o labor no sentido da codificação civil; o sistema parlamentar se foi estabelecendo, progressivamente, peça por peça, despersonalizando-se o poder, quer dizer, democratizando-se as instituições; uma plêiade de homens públicos , verdadeiramente excepcional, ilustrou o Parlamento e a administração, enfim, o Brasil cresceu em todos os sentidos; o Brasil de 1889 era muito diferente do Brasil de 1840.
Durante esse largo período, o menino do “quero já” se cobriu de cãs, sendo o mais atento, o mais constante, o mais desvelado servidor da pátria. Na sua “Fé de Ofício”, escrita no ano de sua morte, pôde dizer – “sempre procurei não sacrificar a administração à política. (...) O meu dia era todo ocupado no serviço público, e jamais deixei de ouvir e falar a quem quer que fosse.” Embora o governo efetivo se fosse deslocando de suas mãos, institucionalizando-se, para as do presidente do Conselho de Ministros, e esta é uma das glórias do seu reinado, no uso do poder moderador exerceu onímoda vigilância sobre tudo quanto dissesse respeito ao Brasil e ao seu bom nome. A despeito da simplicidade de sua vida e da distância dos grandes centros culturais, foi granjeando reputação internacional, pelo saber, sua curiosidade intelectual era insaciável, pela tolerância, que era ilimitada, pela moderação com que reinava, pela justiça que buscava praticar; fez-se amigo de grandes homens, sábios e artistas e estadistas tornaram-se seus correspondentes; sua bolsa se abriu amiúde para muitos brasileiros estudarem na Europa; deposto, poucos meses antes de completar meio século de reinado, procedeu com dignidade impecável, até que a morte o colhesse em um quarto de hotel, o modesto Hotel Bedford, a madalena colhesse seus restos para o ofício fúnebre e eles atravessassem as ruas de Paris em meio a honras excepcionais patrocinadas pela França republicana, em demanda da igreja de S. Vicente de Fora, onde repousavam os restos de seu pai Dom Pedro I e de seus antepassados.
Exilado viveu dois anos. A despeito dos anos e da doença, que minava seu organismo, dedicou-se a estudar e estudar, convivendo com sábios e artistas, freqüentando museus, a Academia Francesa, o Instituto de França, o Instituto de Belas-Artes, a Academia de Inscrições. Alguns de seus críticos mais contundentes – foi chamado de César caricato e de órfão do absolutismo -, curiosamente, tornaram-se seus amigos fiéis e devotados. É impressionante que o desterrado monarca de um país longínquo, morrendo em terra estranha, sem coroa, sem fortuna, sem uma casa onde morasse e pudesse morrer, tenha recebido homenagens extraordinárias, oficiais e populares. Lá também havia brasileiros, menos a representação diplomática do Brasil, que do fato não tomou conhecimento; um deles era André Rebouças; na coroa de flores enviada escreveu: “Um negro brasileiro, em nome da sua raça”. Outro, Gaspar Silveira Martins, o famoso tribuno, conhecido pela independência de suas opiniões, e então exilado, traduziu sua homenagem nestas palavras: “Os rio-grandenses ao rei liberal e patriota.”
Cem anos se passaram da morte do Imperador em terra estranha, sem coroa, sem fortuna, sem casa sequer. Sob muitos aspectos um exemplo pungente. Inventariados os seus erros e decuplicados os seus defeitos, permanece sua memória como a de inexcedível servidor do Brasil, enquanto rei e enquanto exilado.
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Dr. Pablo e a Princesa Dona Maria Elisabeth Imagem: divulgação |
"D. Pedro era um maluco. Que sorte pode ter um país que consegue a independência sob a égide de um cafajeste, como D. Pedro, criado nas estrebarias, um sujeito que dava pontapé em senhora grávida (a mulher dele, D. Leopoldina".
Evaldo Cabral de Mello
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Evaldo Cabral de Mello Bel Pedrosa O Globo |
[Jornal O Globo] "A História do Brasil é cheia de casos de corrupção..."
[Evaldo Cabral de Mello] "É verdade, mas não tinha a gravidade deste caso da Lava-Jato porque o país era mais pobre. O que havia antes, comparado com este caso agora, é coisa de criança. Hoje chama muita atenção o vulto da roubalheira. O brasileiro não tem noção de medida. Ele perde isso em qualquer atividade a que se dedique. Inclusive a de roubar. Aqui tudo toma dimensões continentais, como o tamanho do país. O Brasil é vítima da megalomania. Se eu ainda escrevesse livros, escreveria “De D. Pedro I a Lula, a megalomania brasileira.”
[Jornal O Globo] "Da onde vem esta nossa megalomania?"
[Evaldo Cabral de Mello] "Vem desde D. Pedro. Ele bolou um país desse tamanho quando já éramos tão diversificados. E o país só fez diversificar de lá pra cá, com a imigração alemã, a italiana... O primeiro ministro anterior a José Bonifácio era Conde dos Arcos. A ideia dele era fazer do Brasil cinco países menores, presididos por cinco membros da Casa Real Portuguesa. E D. Pedro chegou a se animar com a ideia. Mas aí chegou o José Bonifácio, outro megalomaníaco, e acabou com isso. D.Pedro era um maluco. Que sorte pode ter um país que consegue a independência sob a égide de um cafajeste, como D. Pedro, criado nas estrebarias, um sujeito que dava pontapé em senhora grávida (a mulher dele, D. Leopoldina)?"
“Estou tranqüilo quanto ao futuro do movimento monárquico. Dom Rafael, na missa em memória do irmão, assumiu o compromisso de seguir os mesmos passos. Ele está se preparando para liderar e ser um grande Chefe de Estado.”
Dom Antonio de Orleans e Bragança
“Contra mim abtejam que nasci em Portugal. Eu imaginava que vinte e três anos de existência nesta terra, dos quais dez dedicados à causa pública, me haviam dado o direito de ser brasileiro”.
S.M.I, o Senhor Dom Pedro I
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