Noivado da Princesa Dona Amélia de Orleans e Bragança com Alexander James Spearman
Os Brasões da Família Imperial do Brasil e da Família dos Baronetes Spearman
No dia 25 de julho de 2013, o jornal britânico The Times anunciou o noivado da Princesa Dona Amélia de Orleans e Bragança, 5ª na linha de sucessão ao Trono do Brasil, com Alexander James Spearman, da Casa dos Baronetes Spearman, conforme nota abaixo:
“James SPEARMAN & Amelia A. DE ORLEANS E BRAGANCA
The engagement is announced between James, son of Mr
and Mrs Lochie Spearman of Perthshire, Scotland and Amélia, daughter of Their
Royal Highnesses Prince Antonio de Orléans e Bragança and Princess Christine de
Ligne of Rio de Janeiro, Brazil.
Published in The Times on July 25, 2013”
No Brasil, a coluna
de Marcia Peltier (irmã da Princesa Dona Maritza, esposa do Príncipe Dom
Alberto) no “Jornal do Commercio”, do Rio de Janeiro, de 26 de agosto passado, também
divulgou uma nota sobre o noivado:
“Um por ano
A família imperial brasileira, que festejou no início
do mês, o casamento de dom João Philippe de Orleans e Bragança e Yasmine
Paranaguá, já tem outra união para comemorar em 2014. A princesa Amélia Maria –
filha de Dom Antônio e de dona Christine, princesa de Ligne – que ficou noiva,
mês passado, do escocês Alexander James Spearman, planeja suas bodas para
agosto do próximo ano no Rio. Os jovens têm, ambos, 29 anos e moram em Londres.
A tetraneta de Dom Pedro II trabalha num escritório de arquitetura e Alexander,
formado em História e Economia, em banco.
‘Sir’
Alexander é descendente dos baronetes Spearman, de
Perthshire. O título de baronete é uma distinção hereditária exclusiva da
nobreza britânica, um grau acima de cavaleiro e inferior ao título de barão”.
Para explicitar aos
leitores, o Blog Monarquia Já, depois de breves considerações acerca dos antepassados da Princesa
Dona Amélia, realizou também um estudo genealógico sobre a família do noivo:
A Princesa Dona
Amélia nasceu em Bruxelas a 15 de março de 1984, e foi batizada com o nome de
Amélia Maria de Fátima Josefa Antônia Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga, sendo a
segunda filha do Príncipe Dom Antonio (1950) e da Princesa Dona Christine de
Orleans e Bragança (1955). Dom Antonio é o sétimo filho do Príncipe Dom Pedro
Henrique (1909-1981), Chefe da Casa Imperial do Brasil de 1922 a 1981, e da
Princesa Dona Maria (1914-2011), nascida Princesa da Baviera. De tal forma,
Dona Amélia é bisneta do Príncipe Dom Luiz (1878-1920), o Príncipe Perfeito,
trineta da Princesa Dona Isabel (1846-1921), a Redentora, tetraneta do
Imperador Dom Pedro II (1825-1891), o Magnânimo, e pentaneta do Imperador Dom
Pedro I (1798-1834), fundador do Império do Brasil e Rei de Portugal. É
sobrinha do atual Chefe da Casa Imperial do Brasil, S.A.I.R., o Príncipe Dom
Luiz (1938), e do Príncipe Imperial, S.A.I.R., o Príncipe Dom Bertrand (1941),
que sendo solteiros e sem descendentes, deixam a Dom Antonio, pai de Dona
Amélia, a responsabilidade de ocupar a Chefia da Casa Imperial no futuro. A
Família Imperial do Brasil descende das mais antigas Casas Reais europeias e
Dona Amélia é, portanto, descendente, em linha direta, dos Grandes Reis e
Construtores da Europa, tais como Carlos Magno (742 d.C.-814 d.C.), Hugo Capeto
(940 d.C.- 996 d.C.), Fernando I de Leão e Castela (1016-1065), Guilherme I da
Inglaterra (1028-1087) e Dom Afonso Henriques (1109-1185).
Primas: A Princesa Dona Amélia de Orleans e Bragança
e a Princesa Alix de Ligne, em 2012
Foto: Divulgação
Por sua mãe, a
Princesa Dona Christine, Dona Amélia descende também das mais antigas e ilustres
Casas Reais e Principescas europeias. A Princesa Dona Christine é filha de Antione
(1925-2005), 13º Príncipe Titular de Ligne, de Épinoy, de Amblise, e da
Princesa Alix (1929), nascida Princesa de Luxemburgo, Nassau e Parma, irmã do
Grão-Duque Jean de Luxemburgo (1921) e tia do atual Soberano luxemburguês, o
Grão-Duque Henri (1955). Os Príncipes de Ligne, da Bélgica, se destacaram como
diplomatas, articuladores políticos e como importantes figuras da sociedade, recebendo
a distinção do Sacro Império Romano Germânico, ainda no século XVI. O tio de
Dona Amélia, o Príncipe Michel, é o atual Chefe da Casa Principesca de Ligne,
sendo o 14º Príncipe titular do nome, Príncipe de Épinoy, de Amblise e Grande
de Espanha, casado com a Princesa brasileira Dona Eleonora de Orleans e
Bragança (tia de Dona Amélia, irmã de seu pai, Dom Antonio).
A união de seus pais,
que são primos (compartilhando o Rei Dom João VI como antepassado) fez com que
Dona Amélia reforçasse seus laços de parentescos com todas as Famílias Reais da
Europa. Dona Amélia tem três irmãos, Dom Pedro Luiz (1983-2009) - falecido no
trágico acidente do voo 447 da Air France, que ligava o Rio de Janeiro a Paris,
em 2009, o Príncipe Dom Rafael (1986) - que atualmente é a esperança da restauração
da Monarquia no Brasil, e a Princesa Dona Maria Gabriela (1989).
Dona Amélia iniciou
seus estudos nos Colégios São José e Ipiranga, em Petrópolis, onde passou sua
infância. Fala além do português, francês, inglês e espanhol e como hobby, toca
piano. Formou-se em Arquitetura, pela Pontifícia Universidade Católica do Rio
de Janeiro e mora na Europa – onde tem se aperfeiçoado e adquirido experiência
em sua área de formação, fixando residência primeiramente em Madri e,
atualmente, em Londres, aonde trabalha no conceituado escritório de Arquitetura
e Design de Interiores Camu & Morrison.
O noivo, Alexander
James Spearman, nasceu em 27 de março de 1984, é filho de Lochain Alexander e
de Pilin Spearman. Pelo pai descende de importantes Famílias, e por sua mãe,
descende dos Garrigues, que também se destacaram na cena política, social e
cultural da Europa. James, como é chamado pelos amigos e familiares, estudou no
renomado Eton College (1997-2002), onde também estudaram os Príncipes Willian e
Harry, e na Universidade de Edimburgo (2003-2007), onde se graduou em Línguas Europeias
Modernas. Viveu certo tempo em Madri. Fala, além do inglês, francês e espanhol.
Atualmente reside em Londres e trabalha na Stanhope Capital Investimentos. Ele tem dois irmãos: Jack e A dau.
Alexander James Spearman |
A criação do título
de Baronete à Família Spearman, de Hanwell, no Condado de Middlesex, data de 28
de abril de 1840, em favor de Sir Alexander Young Spearman, nascido em 1793, em
Pentridge, Dorset, na Inglaterra, filho do Major Alexander Young Spearman
(1762-1808) e de Agnes Morton. Casou-se com Jane Campbell (m.1877), filha de Duncan
Campbell. Sir Alexander foi Secretario Assistente do Tesouro, Controlador Geral
e Secretario do Comissariado da Redução da Dívida Nacional. Em 1840, pelos
relevantes serviços realizados em favor da pátria, foi agraciado com título de
Baronete. Em 1869, passou a ser membro do Mui Honorável Conselho Privado de Sua Majestade a Rainha Victoria. Sir Alexander e Lady Jane tiveram
seis filhos: Jane Alexandrina (m.1987), Augusta Herries (m.1907), Alexander
Young (1832-1865), Edmund Robert (1832-1865 (casado com Lady Mary Louisa
FitzMaurice (1837-1917), filha de Thomas John Hamilton FitzMaurice (1803-1877),
5º Conde de Orkney)), Horace Ralph (1840-1908) e Rudolph Herries (1845-1900). O
noivo de Dona Amélia descende de Alexander Young, nascido em 1832, casado em
1855, com Mary Anne Bertha Bailey (m.1860), filha e Sir Joseph Bailey
(1783-1858), primeiro Baronete do nome, e de Mary Anne Hopper (m.1874). Deste
matrimonio nasceu Sir Joseph Layton Elmes Spearman (1857-1922), segundo
Baronete do nome, de quem descende o atual titular. Em 1860, Mary Anne Bertha
Bailey faleceu e Alexander Young se casou, em segundas núpcias (1861), com Louisa
Anne Caroline Amelia Mainwaring (1842-1933), filha de Edward Pellew Mainwaring
(m.1858) e Caroline Story. Do segundo casamento, teve dois filhos: o Comandante
Alexander Young Crawshay Spearman e Charles Edward Spearman (1863-1945). Detendo-se
na ascendência de James, o Comandante Alexander, nasceu em 20 de março e 1862,
foi Comandante a Serviço da Marinha Real Britânica, sendo destacado com
Comandante do Batalhão de Collingwood, lutando também na Primeira Guerra
Mundial. Em 26 de maio de 1892, casou-se com Jese Aubrey Coker (1863-1933),
filha do Reverendo Cadwallader Coker (1824-1894) e Emily Harriet Gould
(1822-1894), com teve dois filhos, Marjorie Aubrey (1893-1951) e Alexander
Cadwallader Mainwaring (1901-1982). O Comandante faleceu em 1915, em combate,
durante a Batalha dos Dardanelos, na Turquia. Seu segundo filho, Alexander
Cadwallader Mainwaring, nascido em 2 de março de 1901, recebeu o título de Sir,
depois de ser educado nos famosos Colégios de Oxford, Repton e Hertforf. Foi
Membro do Parlamento e recebeu o título de Cavalheiro Real. Casou-se em 11 de
agosto de 1928, com Diana Violet Edith Constance Doyle (m.1991), filha de Sir
Arthur Havelock James Doyle, com quem teve quatro filhos: Lochain Alexander
(1952 (futuro sogro da Princesa Dona Amélia)), John Dominic (1954), Zara Ann
Louise (1956), Andrew Mark (1960) e James (1964). Lochain, nascido a 09 de
abril de 1952, foi educado no Abbey Miltom, casou-se em 25 de março de 1977,
com Pilin de Garrigues, com quem tem três filhos, entre eles James, noivo da
Princesa Dona Amélia. A família vive em Perthshire, na Escócia.
O atual Chefe da
Família, primo de James, e 5º Baronete Spearman, é Sir Alexander Young Richard
Mainwaring Spearman, nascido em 03 de fevereiro de 1969, casado com Lady
Theresa, nascida Jean Sutcliffe, com quem tem um filho: o herdeiro Alexander
Axel Spearman, nascido em 1999. O 5º Baronete vive na África do Sul.
Pelo pai, Alexander
James descende diretamente dos Condes e Duques de Fife. Sua tetravó, Louisa
Anne Caroline Mainwaring (1842-1933) é tetraneta de Willian Duff (1696–1763),
primeiro Conde de Fife. A Família Duff foi agraciada, pelos relevantes serviços
prestados à nação, com o título de Conde de Fife (em analogia a localidade na
Escócia), porem em 1900, a Rainha Vitória do Reino Unido da Grã-Bretanha, em
nova carta patente, atribuiu à família, o Ducado do mesmo nome no Pariato do
Reino Unido. Em 1889, a Princesa Luisa de Gales (1867-1931), primogênita da
Rainha Alexandra e do Rei Eduardo VII do Reino Unido, casou-se com Alexander
Duff (1849-1912), Conde e 1º Duque de Fife. Deste casamento descende o atual
Duque de Fife, também chamado Alexander (neto materno da Princesa Luisa de
Gales). Os Duques de Fife também utilizam os títulos de Conde de Macduff, Conde
de Southesk, Barão Balinhard e Lorde Carnegie de Kinnaird.
Sir Francis Baring, seu irmão John e Charles Wall, por Sir Thomas Lawrence
Imagem: Reprodução
Ainda por parte da
família de seu pai, o noivo de Dona Amélia descende de Sir Francis Baring,
famoso banqueiro e investidor inglês. A família Baring, natural de Bremem, na
Alemanha, tem como patriarca Johann Baring (1697-1748), pai de Francis e John
Baring, irmãos que imigraram para Londres, onde fundaram uma companhia
comercial, que deu origem a um dos maiores conglomerados da Europa. Francis
Baring (1740-1810) foi membro do Parlamento por Grampound, Wycombe e Calne e
Assessor para Assuntos Comerciais do Governo do Primeiro Ministro William
Petty-FitzMaurice (1737-1805), segundo Conde de Shelburne, durante o Reinado do
Rei George III do Reino Unido, período em que teve grande influência política e
social. Em 1767, Francis Baring se casou com Harriet Herring (1750-1804), filha
de Willian Herring, prima do prestigiado Arcebispo de Catembury, Thomas Herring
(1693-1757). Francis e Harriet tiveram dez filhos, dentre os quais se destacam
membros da aristocracia, da nobreza e da realeza britânica. Em 1793 recebeu o
título de Baronete. Sir Francis Baring era o pai de Alexander Baring
(1774-1848), primeiro Barão Ashburton e de Sir Thomas Baring (1772-1848),
segundo Baronete Baring, que era pai de Francis Thornhill Baring (1796-1866),
primeiro Barão de Northbrook. Sir Francis Baring também era o pai de Henry
Baring (1776-1848) e o avô de Edward Baring (1828-1897), primeiro Barão Revelstoke
de Membland, e Evelyn Baring (1841-1917), primeiro Conde de Cromer. Edward
Baring (1828-1897) era pai de Margaret Baring (1868-1906) casada com Charles
Robert Spencer (1857-1922), 6º Conde Spencer, bisavôs da Princesa Diana de Gales
(1961-1997) e tataravó do Príncipe Willian (1982), Duque de Cambridge e futuro
Rei do Reino Unido da Grã-Bretanha. Outros descendentes de Sir Francis Baring,
além dos Baronetes Spearman, os Barões Ashburton, Barões e Conde de Northbrook
e Condes de Cromer, foram agraciados com títulos nobiliárquicos, tais como os
Viscondes Baring e os Barões Howick de Glendale.
A Família Garrigues,
da qual James descende por sua mãe, é um antigo clã da Europa. O sobrenome tem
sua origem na região de Les Garrigues, no centro-sul da França. O primeiro
registro feito neste sobrenome apareceu no século XII, com Jean Garrigues. Da
França, muitos membros da família imigraram para Alemanha, Espanha e Estados
Unidos. Neste último país, estabeleceu-se o famoso Matthieu Garrigues
(1679-1726), que, perseguido na França, depois da revogação do Édito de Nantes,
pelo Rei Luiz XIV, encontrou asilo nos EUA, deixando numerosa descendência nas
Américas. Os antepassados maternos de James se estabeleceram na Espanha, onde foram
elevados a nobreza na pessoa de Don Antonio Garrigues Díaz-Cañabate (1904 -
2004), tio-avô de James, renomado advogado e habilidoso diplomata que foi
agraciado com título de Marquês de Garrigues.
A Família Garrigues
goza de muito prestígio na Espanha. Durante todo o século XX, os irmãos
Garrigues, como eram conhecidos o avô e os tios avôs de James, foram símbolos
de sucesso financeiro, político e social. Seu avô, Don Mariano Garrigues
Diaz-Cañabate (1902-1994) foi um conceituado arquiteto, responsável pela construção
e reconstrução de importantes prédios na Cidade Universitária de Madri
(Faculdades de Medicina, de Farmácia, de Veterinária e o Hospital
Anglo-Americano). Projetou a Casa da Suécia, dirigiu a Embaixada dos Estados
Unidos, foi arquiteto do Banco Exterior da Espanha e realizou notáveis
promoções de conjuntos urbanos em algumas regiões do país. Era casado com Dona
Catalina Carnicer Guerra (m.1987). São tias de James, irmãs de sua mãe,
portanto: Dona Belén, casada com Don Gonzalo de Armas y Serra, 5º Marquês de la
Granja de San Saturnino, e de Dona Catalina, casada com o político inglês
William Armand Thomas Tristan Garel-Jones, Barão Garel-Jones (par vitalício -
1997), membro do Partido Conservador, deputado de 1979 a 1997 e Ministro para a
Europa (1990-1993).
Don Mariano Garrigues Diaz-Cañabate |
Don Joaquin Garrigues
Díaz-Cañabate (1899-1983), tio-avô de James, era um prestigiado jurista,
conhecido como pai do Direito Comercial espanhol, por vezes mencionado como
fundador da moderna Escola espanhola de Direito Comercial. Foi catedrático da Faculdade
de Direito da Universidade Complutense de Madri, ganhou o Prêmio Mundial do
Ensino de Direito em 1975 e foi autor de várias obras conceituadas, como um
“Tratado de Direito Mercantil” em 3 volumes. Foi Grão-Cruz da Ordem de Carlos
III, que lhe foi imposta pessoalmente pelo Rei Don Juan Carlos I, sendo também
patrono da Fundação dos Amigos do Museu do Prado.
Também eram tios-avôs
de James Spearman, Don José Luis Garrigues Díaz-Cañatabe, próspero empresário e
homem de negócios (falecido em 2008 com 96 anos) e Don Emilio Garriges
Diaz-Cañatabe (1911-2006), diplomata e escritor, Embaixador na Guatemala, junto
a UNESCO, na Turquia e na Alemanha, autor de várias obras, entre as quais “Un
desliz diplomático”, “Los tiempos en lucha”, “The oneness of the Americas” e “Segundo
viaje a Turquía”. Emilio era casado com Paz Flórez, mencionada no famoso jornal
espanhol “El País” como uma das mulheres mais fascinantes de sua geração, de
beleza cinematográfica, de grande sensibilidade e finura (falecida em 2005),
sendo pais de Javier Garrigues (1949), Embaixador da Espanha na Suécia.
O 1º Marquês de
Garrigues, Don Antonio Garrigues Díaz-Cañabate (1904-2004), tio-avô de James,
foi Diretor Geral de Registros e do Notariado do Ministério da Justiça, foi
Embaixador da Espanha nos EUA e junto à Santa Sé, mantendo ótimas relações com
a família Kennedy e com a Cúria Romana e o Papa. Em 1975 foi nomeado Ministro
da Justiça no primeiro ministério do governo do Rei Juan Carlos I. Era membro
da Real Academia de Ciências Morais e Politicas e foi presidente da Citroën
Hispania S.A., Eurofinsa e da Sociedade Espanhola de Radiodifusão, foi também o
fundador, juntamente com seu irmão – Dom Joaquim, do escritório de advocacia
Garrigues, um dos maiores do mundo em atuação e presença internacional,
contando com sedes de trabalho e profissionais em mais de 15 países, incluindo-se
o Brasil. De marcante fé católica, Don Antonio participou da criação da revista
Cruz e Raya e dedicou sua juventude à
Igreja. Casou-se com Helen Anne Walker (m.1944), americana, filha do antigo
engenheiro chefe da ITT em Madri, com quem teve nove filhos, sendo os mais
conhecidos Joaquin e Antonio.
Joaquim Garrigues
Walker (1933-1980), primo-irmão da mãe de James, foi advogado, empresário e
político. Deputado em 1977 (reeleito em 1979), Ministro das Obras Públicas e
Urbanismo (1977-1979), e Ministro adjunto no Governo de Adolfo Suárez. Como empresário foi presidente da Liga
Financeira, uma empresa dedicada à construção de autopistas. Casou com uma
filha de José Maria de Areilza y Martinez de Rodes, 3º Conde de Rodes, Marquês
de Santa Rosa del Rio, Conde consorte de Motrico (1909-1998), importante
político e um dos artífices da transição espanhola, membro da Falange e líder
monárquico, foi Embaixador na Argentina, Estados Unidos e França. Foi
secretário do Conselho Privado do Conde de Barcelona, Ministro do Exterior no
primeiro governo da monarquia (1975-1976), fundador do Partido Popular,
integrado depois na UCD. Membro da Real Academia de Ciências Morais e Políticas
e da Real Academia Espanhola da Língua. É seu filho Don Joaquin Garrigues
Areilza, 2º e atual Marquês de Garrigues.
Antonio Garrigues Walker (1934), outro primo-irmão da mãe de James, é
financista, advogado e politico que criou em 1982, o Partido Democrata Liberal,
do qual foi presidente. Foi professor da Universidade de Navarra e é um dos
responsáveis pela direção do famoso Escritório da Família, fundado pelo pai e
pelo tio em 1941, que conta hoje com cerca de 2.000 profissionais em várias
partes do mundo.
O enlace entre a Princesa Dona Amélia e Alexander James tomou as páginas
das publicações monarquistas e especializadas em Famílias Imperiais e Reais e
na Nobreza, na Europa. O famoso site Noblesse
et Royautés, da Bélgica, alcançou mais de 70 comentários na notícia
publicada em 27 de julho. Em quase todos os comentários, são notadas muitas
dúvidas com relação ao futuro matrimônio. Uma das constatações dos leitores é o
fato de que “embora o noivo possua ascendência aristocrática e até mesmo nobre,
pertencendo a uma família de Baronetes, nem seus pais, nem ele, possuem título”,
afirma um dos comentários em francês. A Casa Imperial do Brasil já se deparou
com situações similares durante a segunda metade do século XX, com os
casamentos dos filhos do Príncipe Dom Pedro Henrique. Naquela época o Príncipe,
na qualidade de Chefe da Casa Imperial, institui que seus filhos, nas mesmas
condições, deveriam renunciar a seus eventuais direitos ao Trono
Imperial, permanecendo com o título de Príncipe de Orleans e Bragança, sendo
suas esposas também tituladas, o que era extensivo à descendência legítima daqueles
Príncipes. Naturalmente, o Chefe da Casa Imperial, Imperador de jure, de acordo com o direito atribuído
a ele pela herança, apesar de se orientar pela constituição de 1824, dispõe também
de regimento interno e tem os poderes necessários para anuir ou não as decisões
dos Príncipes de sua Casa, sobretudo os Dinastas, cabendo a ele, portanto, a
importante decisão de retificar ou ratificar os regimentos.
A Casa Imperial do Brasil, através de seu site oficial (www.monarquia.org.br), noticiou, em nome de SS.AA.RR., o Príncipe
Dom Antonio e a Princesa Dona Christine, o noivado. A nota revela que o
casamento deve ocorrer em agosto de 2014, na Igreja de Nossa Senhora do Carmo
da Antiga Sé Catedral, no Rio de Janeiro, tradicional templo que já serviu como
Capela Real e, depois, Imperial, onde foram Coroados o Rei Dom João VI de
Portugal e os Imperadores do Brasil e onde foram batizados e casados a maior parte
dos membros da Família Imperial durante o período monárquico no Brasil.
Referências bibliográficas:
Clarke, John (1993) [1975]. Fraser, Antonia, ed. A
VIDA DOS REIS E RAINHAS DA INGLATERRA. London: Weidenfeld and Nicolson.
Charles Mosley, editor, BURKE'S PEERAGE, BARONETAGE
& KNIGHTAGE, 107th edition, 3 volumes.
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