2009: Ano do Centenário do Pacto de Bruxelas
Quando da ida da Família Imperial do Brasil para o exílio em Portugal e logo na França, em 1889, a ordem dos fatos tornou-se diferente daquele já traçado desfecho para o Príncipe do Grão-Pará Dom Pedro de Alcântara: tornar-se Imperador ou no caso Chefe da Casa Imperial do Brasil no exílio. Dom Pedro de Alcântara acabou por se casar com a filha de um barão, depois conde do império Austro-húngaro, que nunca pertencera à realeza e nem a linha sucessória a algum trono do mundo. O matrimônio foi rechaçado por Dona Isabel, na época Chefe da Casa Imperial do Brasil, que julgou não estar em consonância o quilate da noiva em relação a Dom Pedro de Alcântara. A reprovação da Redentora não serviu de barreira ao amor dos nobres, casar-se-iam apenas se Dom Pedro renunciasse. E o fez em 1908, deixando o título de Príncipe Imperial a Dom Luiz Maria que havia se casado com Dona Maria Pia de Bourbon - Duas Sicílias, da realeza italiana.
Ocorrera, portanto uma reviravolta, Dom Luiz agora era Príncipe Imperial. Mas Dom Pedro de Alcântara e seus filhos seriam príncipes, haja vista sua renúncia? Nunca ocorrera até então, um casamento morganático na Casa Imperial brasileira. Seria Dom Pedro apenas um “ex-príncipe”. Pensando nisso, Dom Gastão, que era da realeza francesa e havia renunciado a seus eventuais direitos ao Trono de França para se casar com Dona Isabel do Brasil, uma Princesa estrangeira, resolveu, em 1893 reaver seus eventuais direitos sucessórios, e teve como resposta de Filipe, Duque de França, então Chefe da Casa Real de França e seu primo, que era impossível reaver seus títulos e honrarias, pois os havia renunciado por livre vontade. Porem com a eminente renúncia de Dom Pedro de Alcântara ele insistiu após a morte do Duque, e Filipe, Duque de Orleans concedeu a titulação a Dom Gastão e seus filhos brasileiros.
No dia 24 de abril de 1909 assinou-se a Declaração de Bruxelas, Os Príncipes de Orleans e Bragança passaram a figurar na linha sucessória do trono de França, mas comprometeram-se a reclamar seus direitos apenas na extinção de todas as linhas derivadas dos reis da França. Ao primogênito de Dona Isabel e do Conde D”Eu, Dom Pedro de Alcântara legou-se o título de Príncipe Titular de Orleans e Bragança. Assim como a seu primogênito Dom Pedro de Alcântara Gastão, e ao primogênito deste, atualmente, Dom Pedro Carlos. Mesmo que Dom Pedro de Alcântara tenha absorvido a preferência pelo título, todos os membros da Família Imperial Brasileira são Príncipes de Orleans e Bragança, embora aos filhos e descendentes de Dom Pedro de Alcântara não advenham nenhum direito ao trono do Império do Brasil.
Os filhos de Dom Luiz Maria são Príncipes do Brasil e Príncipes de Orleans e Bragança. A eles de fato e de direito é reconhecido a Chefia da Casa Imperial do Brasil, bem como a eventual investidura de Imperador do Brasil.
A busca incessante de Dom Gastão pelo título de Príncipe de Orleans e Bragança é no mínimo uma homenagem a Dom Pedro de Alcântara, que com a renúncia de 1908 iria ser apenas um “ex-príncipe”. Prova de amor de Dona Isabel e Conde D’Eu a seu filho. Tal homenagem completa no ano de 2009, 100 anos de titulação.
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