Museu Imperial completa 70 anos
O Museu Imperial de Petrópolis foi criado em 1940, o objetivo inicial era acumular a História do Brasil Império. Passados 70 anos o Museu é o mais visitado do Brasil.
A bela residência de verão dos Imperadores, outrora chamada de Palácio Imperial de Petrópolis, situada na Serra Fluminense, tornou-se Museu Imperial pelo decreto de Getulio Vargas, conservando e recebendo objetos pessoais da Família Imperial e do áureo período monárquico brasileiro. O Palácio, que por mais de 50 anos (anteriores a fundação do Museu) ficou no ostracismo, foi reformado e teve seus ambientes recompostos tal qual o Imperador conservou por mais de 40 anos. Mais tarde o Museu pôde contar com peças que hoje são símbolos de nossa nacionalidade, representando personagens e épocas que demarcaram nossa identidade. A Coroa que pertenceu a Dom Pedro I e outra que pertenceu a Dom Pedro II são duas dessas peças de destaque absoluto. Completam o quadro, o Cetro e objetos pessoais de nossos Monarcas. A pena com que a Princesa Dona Isabel assinou a Lei Áurea está no Museu, foi adquirida há poucos anos e é uma das peças que mais chamam a atenção. Os visitantes, quase 350 mil por ano, além de se encantarem com as peças raríssimas, também podem desfrutar dos cômodos onde o Imperador Dom Pedro II viveu com a Imperatriz, as filhas e os netos. Cômodos onde Dom Pedro II despachou e recebeu várias autoridades. A sala do Trono, copiada conforme a sala de mesmo nome do Palácio de São Cristóvão, tem na majestade da cadeira do Imperador, seu maior charme, elegância e pompa. Em visita ao Museu, pode-se ver o violino StradiVarius de Dom Pedro II, além de seus objetos tecnológicos, incluindo o primeiro telefone do Brasil, e outros de pesquisa, como uma luneta.
A Coroa de Dom Pedro II
O Trono Imperial
O Cetro do Imperador
Pena usada pela Princesa Dona Isabel para assinar a Lei Áurea,
que deu a liberdade a raça negra
que deu a liberdade a raça negra
É de se destacar que além do acervo de quadros, tapetes, mobílias, objetos pessoais e do arquivo de imagens, o Museu Imperial conserva os jardins de Dona Teresa Cristina, este composto por árvores centenárias, flores belíssimas e peculiaridades da época Imperial, espaço que hoje é palco dos eventos de Som e Luz promovidos pelo Museu, além do Sarau Imperial, uma encenação relembrando a época em que o Museu era Palácio, trazendo aos espectadores a oportunidade de reviver o século XIX.
No dia 29 de março de 2010, numa cerimônia que contou com a presença de autoridades civis, militares e eclesiásticas, o Diretor do Museu, Senhor Maurício Vicente Ferreira Junior, fez discurso elogioso, citando os benfeitores, os que ajudaram o Museu desde seu início, reafirmando o compromisso da instituição e conclamando os brasileiros a irem visitar o Museu Imperial de Petrópolis. Destacamos parte do discurso, que pode ser acessado na integra através do site, o qual recomendamos, http://www.museuimperial.gov.br/portal/palavra-da-direcao.html:
“E todos que hoje comparecem a esta celebração o fazem, porque acreditam na importância do Museu Imperial no cenário nacional. É por isso que aqui estão. Desde a sua criação, o Museu Imperial tem como funções básicas a preservação, a pesquisa e a comunicação de peças relativas ao período imperial brasileiro e à formação histórica de Petrópolis. E as equipes do Museu têm sido fiéis ao compromisso, desenvolvendo suas atividades em consonância com essas duas dimensões: a nacional e a local. A nacional é a mais evidente, uma vez que o Museu preserva objetos-símbolo da monarquia e da fundação do Estado Nacional brasileiro que, como sabemos, foi criado sob a égide do regime monárquico. E a memória produzida sobre o eterno idealizador e proprietário desta casa muito contribui para que entendamos o Museu como um polo irradiador de princípios éticos e morais válidos para a nossa nação. Mas o palácio deu origem a uma cidade; Petrópolis nasceu como destino da vilegiatura do imperador, de sua corte e dos grupos médios urbanos beneficiados pelo advento das vias de penetração que transformaram a região em um ponto de conexão entre o centro (representado pela capital do Império) e o interior do país. São modelos de ocupação que produziram objetos, formas e práticas específicas que passaram a integrar o cotidiano de gerações de brasileiros e cuja preponderância superou até mesmo uma mudança de regime político. E esse caráter regional (e mesmo local) também está representado no acervo da instituição, fazendo dela um museu de pluralidades temáticas.
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O Museu Imperial registra em sua trajetória incrível número de atendimentos e serviços prestados a grupos de estudantes durante as visitas monitoradas ou nos projetos educativos de média e longa duração; espetacular visitação, com média de 300.000 pessoas ao ano, que se deslocam para a cidade de Petrópolis a fim de conhecer o Museu e seus acervos histórico, artístico e paisagístico; cursos e seminários com conteúdo programático para a reciclagem de profissionais de áreas afins e temas de interesse para formação de estudantes de diversos segmentos; doações, com destaque para a Coleção Carlos Gomes, doada pela filha do compositor, Ítala Gomes Vaz de Carvalho em 1946, o Arquivo da Casa Imperial, doado pelo príncipe d. Pedro de Orleans e Bragança em 1948, o legado Cláudio de Sousa, entregue ao Museu Imperial pela viúva do ex-presidente da Academia Brasileira de Letras em 1956, a Coleção Maria Cecília e Paulo Fontainha Geyer, doada pelo casal em 1999; as conferências, como a ministrada pelo acadêmico francês André Maurois em 1950 e a do Secretário de Cultura Aloísio Magalhães sobre o decreto presidencial, concedendo a Petrópolis o título de “Cidade Imperial” em 1981; eventos, como as comemorações do Sesquicentenário da Independência em 1972; projetos culturais, como o espetáculo Som e Luz que se notabilizou como um instrumento de estímulo à economia local, especialmente os setores de serviços e o segmento do turismo; os catálogos de exposições, as publicações seriadas, os guias e instrumentos de pesquisa que consolidaram o Museu Imperial como uma marca editorial respeitável; o oferecimento do jardim do Museu como um espaço para atividades educativas e de recreação por parte de diversos segmentos da sociedade petropolitana; e a ação da Sociedade de Amigos do Museu Imperial, criada para auxiliar o Museu no desempenho de suas funções institucionais.
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E para finalizar, gostaríamos de anunciar a disponibilização do acervo do Museu Imperial como parte do esforço representado pelo projeto DAMI – Digitalização do Acervo do Museu Imperial, patrocinado pela IBM Brasil. O projeto prevê a disponibilização, via portal do Museu na internet, de todo o acervo da instituição; ou seja, 250 mil documentos, 55 mil livros e folhetos e mais de 7 mil objetos de arte e história em um período de 10 anos. Os primeiros conjuntos de peças constituem coleções doadas ao Museu em diferentes momentos da história da instituição. Com o projeto DAMI, o Museu Imperial consolida a sua posição como um museu do século XXI, na medida em que aprimora a preservação de seu acervo, cria novos instrumentos de gestão de suas coleções e oferece a totalidade das informações que produz, sobre os bens históricos e artísticos, para a população em um ambiente favorável à participação de todos os cidadãos.
Nós, do Museu Imperial, costumamos repetir a seguinte frase:
NOSSO MUSEU, NOSSA HISTÓRIA.
Muito obrigado!
Maurício Vicente Ferreira Júnior
29 de março de 2010”
Nas palavras do Diretor da instituição tem-se certeza da continuidade do serviço prestado a população, as mesmas ainda garantem o futuro acesso ao Museu, através da digitalização de todo o acervo, quando então todos os brasileiros terão a chance conhecer nosso passado.
O jornal “O Estado de São Paulo”, em 4 de abril, traz a reportagem “Símbolo nacional, Museu Imperial chega aos 70 anos”, onde transfere ao grande público a importância dos 70 anos do Museu.
Assim é este patrimônio nacional, criado para guardar as memórias de um país-continente, trazendo às novas gerações a História de um país rico, grande, monárquico. Em Petrópolis, na Rua da Imperatriz, podemos retornar aos tempos do Império, com NOSSO MUSEU, com NOSSA HISTÓRIA.
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