Casamento de Dom João Phillipe de Orleans e Bragança com Yasmim Paranaguá
Mais um casamento na Família Imperial do
Brasil foi noticiado durante a semana. No dia 20 de julho, no civil, e no dia 3
agosto, no religioso, Dom João Phillipe de Orleans e Bragança se casará com
Yasmim Paranaguá.
Dom João Henrique e Dom João Phillipe no Egito
O noivo, Dom João Phillipe, é filho de Dona
Stella Cristina Lutterbach e de Dom João Henrique de Orleans e Bragança. Neto
de Dom João e Dona Fátima Scherifa Chirine, é, portanto trineto da Princesa
Dona Isabel, a Redentora. Dom João Phillipe nasceu em Paraty em 27 de novembro
de 1986, é formado em Administração e concluiu recentemente seu mestrado na
área na Insead de Fontainebleau e acompanha, mesmo que
discretamente, juntamente com seu pai, os assuntos ligados à história de sua
Família e sobre a política do país.
A noiva, Yasmim Paranaguá, designer de joias
(estudou Desenho Industrial na PUCRJ), é filha de Pedro Paranaguá, importante
arquiteto do Rio de Janeiro e de Naná de Souza.
Naná, Pedro e Yasmim, no Instituto Moreira Salles, no Rio, no evento de lançamento da esposição Retratos do Império e do Exílio, com fotografias da Família Imperial
É neta paterna do diplomata Paulo Henrique de
Paranaguá, que foi embaixador do Brasil no Kuwait, no Marrocos e na Venezuela,
e de Glória Leite (conhecida como Glorinha Paranaguá), filha de Antonio Leite,
empresário no Rio de Janeiro, que foi presidente do Fluminense Futebol Clube,
de 1953 a 1955. Glorinha é conhecida da sociedade carioca, com fama nacional,
especialmente por seu trabalho como empresária e designer de bolsas.
Yasmim é bisneta do Dr. Pedro de Paranaguá
(nasceu em 1889), diplomata, e de Lina Lamberti Leão Teixeira (nascida em
1895), filha do Dr. Henrique Carneiro Leão Teixeira e de sua 1ª esposa, Idalina
Eulália Sayão Velloso Lamberti (por mãe da família dos Viscondes de Niterói e
de Sabará). Lina era neta do Visconde de Cruzeiro (título de 1888), Jerônimo
José Teixeira Junior (1830-1892), filho por sua vez de Jerônimo José Teixeira
(nascido em Portugal) e de Ana Maria Netto, irmã da Marquesa do Paraná e de
Maria Henriqueta Carneiro Leão (+ 1913), filha do Marquês do Paraná, Honório
Hermeto Carneiro Leão (1801-1857), Desembargador, Deputado, Senador, Ministro de
Estado.
A noiva ainda é trineta do Dr. José Lustosa
da Cunha Paranaguá (1855-1945), Conde romano, deputado, presidente das Províncias
do Amazonas (foi quando começaram as obras do Teatro Amazonas) (1882) e de
Santa Catarina (1884) e de Matilde Simonard (1862-1921), filha de Pedro
Simonard (nascido na França) e de Carolina Resse (1841-1918), filha do Barão de
São Vitor (1882), Vitor Guilherme Resse (filho de um engenheiro belga).
O Conde de Paranaguá era irmão de Maria
Amanda de Paranaguá (1849-1931), esposa de Franklin América de Meneses Dória, Barão
de Loreto (1836-1906). A Baronesa de Loreto foi amiga de infância e de toda a
vida da Princesa Dona Isabel, a mais afagada, terna e constante amiga da
Princesa. O casal acompanhou a Família Imperial no exílio e Amandinha, como era
chamada, correspondeu-se sempre com a Redentora. O Barão de Loreto foi
magistrado, presidente de três províncias, sendo também Ministro da Guerra
(1881) e do Império (último Gabinete da Monarquia), professor do Colégio Pedro
II.
Outra irmã do Conde de Paranaguá e da Baronesa
de Loreto foi Maria Francisca Paranaguá (nascida em 1866), que excepcionalmente
casou em 1883 na Capela do Palácio Isabel, presente toda a Família Imperial, com
Dominique Horace de Barral, Conde de Barral, Marquês de Monferrat (1854-1914),
filho da célebre Condessa de Barral e de Pedra Branca, Luisa Margarida Borges
de Portugal e Barros (1816-1891), aia das Princesas Dona Isabel e Dona
Leopoldina, grande amiga do Imperador Dom Pedro II.
É também tetraneta do Dr. João Lustosa da
Cunha Paranaguá (1821-1912), Visconde com grandeza (1882), depois Marquês
(1888) de Paranaguá, Chefe de Polícia, Juiz, Desembargador, Deputado geral
(1859-1865), Senador, presidente das Províncias do Piauí (sua terra natal),
Bahia, Maranhão Pernambuco, Ministro da Guerra (1866 e 1878), da Justiça
(1866), de Estrangeiros (1867 e 1885) e da Fazenda (18882), conselheiro de
Estado e presidente do Conselho de Ministros (1882), presidente do Instituto
Histórico e Geográfico Brasileiro, enfim pessoa muito ligada à Família
Imperial. Era irmão de dois outros titulares do Império, os Barões de Paraim e
de Santa Filomena. Casado com Maria Amanda Pinheiro de Vasconcelos (1829-1873),
filha do Visconde de Monte Serrate (1878), Joaquim José Pinheiro de Vasconcelos
(1788-1884), Presidente do Supremo Tribunal, Presidente das Províncias da Bahia
e de Pernambuco. Notadamente, pela miscigenação do povo brasileiro, o
historiador Roderick Barman diz que “ele tinha notória ascendência africana”.
A nobre ascendência da noiva, que possui em
sua genealogia, celebres nomes do Império, incluindo-se aí fieis amigos e
servos da Família Imperial, traduzem o belo matrimônio que será realizado em
Paraty.
0 comentários. Clique aqui para comentar também!