Cartão de Natal do Chefe da Casa Imperial do Brasil, o Príncipe Senhor Dom Luiz de Orleans e Bragança
Ao divulgar o cartão
de Natal do Chefe da Casa Imperial do Brasil, o Príncipe Senhor Dom Luiz de
Orleans e Bragança, o Blog Monarquia Já deseja a todos os leitores,
colaboradores e amigos um Santo e Feliz Natal, bem como um abençoado Ano Novo,
repleto de realizações.
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Excertos recomendados
pelo Pró Monarquia sobre a Princesa Dona Maria Pia, exemplo de filha, esposa,
nora e mãe, que com sua religiosidade e consciência histórica formou moral e intelectualmente
os Príncipes da Casa Imperial do Brasil, e a quem estes e o Blog Monarquia Já, no transcurso do Advento,
desejam homenagear:
Princesa Maria Pia de Bourbon Sicílias
Neta do Rei Ferdinando II das Duas Sicílias, casada com o filho da
Princesa Isabel com o Conde D’Eu, D. Luiz de Orleans e Bragança, o Príncipe
Perfeito, a Princesa Maria Pia de Bourbon Sicílias foi avó do atual Chefe da
Casa Imperial do Brasil, D. Luiz de Orleans e Bragança.
Sua filha, a Princesa Pia Maria, Condessa de Nicolay, irmã de D. Pedro
Henrique de Orleans e Bragança, genitor de D. Luiz, traz em suas memórias (“Le
Temps de Ma Mére – Souvenirs”) passagens muito expressivas que demonstram a influência
da Família Imperial na história do Brasil, bem como a religiosidade e o apreço
de sua mãe por nossa Nação, sentimentos que ela soube incutir em seus filhos e
netos, nascidos no exílio:
“A lei do exílio tinha sido abolida no Brasil naquele ano de 1922.” (fl. 71) “Me mostraram uma foto de Mamãe no Corcovado. Ela segura uma pá e põe
uma pedra, lá onde será erigido o tão bonito Cristo que domina a cidade e a
baia do Rio.” (fl.72) “Minha Mãe via ainda bastante naquela época
para se dar conta dos locais onde nos encontrávamos. Quando nós começamos na
manhã seguinte a subida do Corcovado, eu senti que a emoção a tomava...” (fls. 238/239) [Conta-se que a Princesa Izabel recusou que se
fizesse um monumento em sua homenagem pela abolição da escravidão e sugeriu que
no lugar disso se erigisse a estátua do Cristo Redentor. A Princesa Maria Pia
veio ao Brasil em 1922, por ocasião do centenário da independência, e lançou a
pedra fundamental deste monumento.]
“Minha mãe nos levava muito frequentemente a jantares com brasileiros
fiéis, que haviam seguido a família.” “Minha mãe tentava assim, apesar do
desaparecimento de seu marido, depois de seu sogro e de sua sogra, manter o
contato com todos os brasileiros presentes em Paris.” (fls. 78) “Quando de sua passagem por São Paulo, em 1922, minha Mãe tinha sido
recebida por muito numerosos amigos de meu Pai. Eles lhe pediam para voltar.”
(fls. 240) [Na França, onde residia, e no Brasil, a Princesa Maria Pia teve uma
vida social muito ativa junto à comunidade brasileira.]
[em 1945,
conta a Condessa de Nicolay:] “Minha Mãe estava feliz de
reencontrar seus amigos... Eu vi o monumento erigido no “Ipiranga”, onde D.
Pedro Primeiro declarou a Independência do Brasil.” “Nós ficamos quatro dias em São Paulo , fazendo
graças a outros amigos, maravilhosos passeios nos arredores, visitando serras
cheias de orquídeas, que me deixam ainda uma recordação deslumbrante...
atravessando paisagens desconhecidas e de uma beleza selvagem.”
[Ainda em 1945,
a Condessa de Nicolay conta que os brasileiros receberam sua mãe como um membro
de sua família, quando desembarcou de seu navio ao chegar ao Brasil:] “Um grande porteiro negro desceu até nós na cabine para pegar nossas
malas. Vendo a etiqueta trazendo nosso nome, ele se voltou para minha Mãe e com
um grande sorriso lhe disse: ‘Então a Senhora é da nossa Família?’ Ele não
poderia melhor aquecer nosso coração.” (fls. 236)
[Sobre a relação
da Princesa Maria Pia com seus netos, aí incluídos os atuais Príncipes dinastas:]
“A presença de Mamãe foi uma bênção para as crianças
que desde que ela aparecesse se precipitavam em sua direção para que ela
continuasse sua história apaixonante. Não se os via mexer, tomados pelas
aventuras que minha Mãe descrevia com uma tal precisão de detalhes, que eles
pareciam reais.” (fls. 239/240)
[Sobre a
religiosidade da Princesa Maria Pia, há, também, inúmeras passagens:]
“Minha Mãe tinha requerido ser, se possível, recebida em audiência pelo
Papa Pio XI. Era o costume. Os Príncipes indo a Roma iam pedir uma bênção
especial ao Santo Padre.” [...] “Na época, era ainda o grande cerimonial: a
guarda suíça batia os calcanhares e apresentava armas, quer dizer a alabarda,
depois o mestre de cerimônias nos conduziu através de várias salas, a primeira
com uma fila de oficiais em traje de gala, depois a da guarda nobre, enfim a
dos camareiros secretos em traje da Renascença negro, sobreposto com uma gola
de renda ao redor do pescoço. Enfim, nós chegamos em um pequeno salão, onde nos
pediram para esperar. ‘Tudo depende de que o Santo Padre tenha vontade de saber
de seu visitante’, nos disse o camareiro que nos acompanhava. Depois de uns
vinte minutos, a porta se abre. É nossa vez de entrar junto ao representante de
Jesus Cristo sobre a Terra. Foi um momento de emoção. Nós fizemos uma primeira
genuflexão com os dois joelhos, e ainda uma outra a dois passos. Na terceira,
nos encontrávamos aos pés do Papa, e se lhe beijava as sandálias. O Santo Padre
nos ergueu e fez sentar nas poltronas em seu redor. Ele questionou o tio
Ranieri e Mamãe sobre a família, depois distribuiu medalhas a cada um de nós. A
saída se efetuou como a entrada, com genuflexões e recuos.” (fl. 82)
“1925 foi um ano memorável no verdadeiro sentido da palavra. O Papa Pio
XI anunciou a canonização da Pequena Irmã Teresa de Lisieux, nomeando-a
‘apóstolo das Missões’. Minha Mãe propôs que fossemos a Roma para assistir este
importante acontecimento. [...] Um guarda suíço em traje de gala nos aguardava,
e nos precedeu até a tribuna dos príncipes, à esquerda do trono de São Pedro, e
na frente da tribuna do Corpo Diplomático. Nós encontramos já numerosos
parentes instalados, outros chegando ainda, e logo a tribuna estava cheia. Como
eu era pequena, me colocaram na primeira fila, o que me permitiu não perder um
instante dessa soberba cerimônia que não durou menos de cinco horas. A entrada
do Papa, levado sobre a ‘sedia gestatoria’, o trovão dos aplausos que
acompanharam sua aproximação, mais tarde as trombetas de prata tocando no
momento da Elevação, a missa tão imponente e apesar de tudo tão recolhida, na
suntuosidade da decoração não podem ser esquecidas. O contraste entre a
munificência da cerimônia e vida tão simples da ‘Pequena Irmã Teresa’ foi
profundamente comovedor. Eu os revivi escrevendo, e eles me proporcionam um
sentimento de reconhecimento face a minha Mãe que me permitiu viver tais
momentos.” (fls. 81/82)
“O mês de agosto termina. ‘E sim nós íamos a Roma’, disse um dia Mamãe
que, segundo suas palavras tinha ‘a Romite aguda’. Entusiasmo geral dos tios
Nino.” [...] “Certamente Mamãe e o tio Nino requereram audiência junto ao Santo
Padre. Era tradição e praticamente obrigatório, naquela época, ir se ajoelhar
diante do chefe da cristandade. Tio Nino e sua família enquanto Infantes de Espanha
foram recebidos primeiro.” (fls. 102/103)
“... minha Mãe não resistiu de realizar o projeto de assistir à
canonização de Dom Bosco que todo a família reverenciava, na medida que meus
avós o tinham conhecido.” (fl. 106)
“Quando nós nos instalamos em Mandelieu, o primeiro dever de minha Mãe
foi de fazer uma visita ao cura. [...] Ele nos recebeu com muita gentileza e
nos fez saber que se chamava Abbé Penon. Tínhamos acabado de construir a capela
das Mimosas, para que o culto fosse levado a toda aquela nova região...” (fl. 87)
[Na casa de
Mandelieu, denominada “Mas Saint-Louis”, onde a Princesa Maria Pia residia e
onde o atual Chefe da Casa Imperial, D. Luiz de Orleans e Bragança residiu em
sua infância, se fez uma capela onde era celebrada missa diariamente:] “A capela do Mas Saint-Louis foi
terminada. Havia ao fim do terraço ao longo da sala de jantar uma espécie de
claustro aberto para o jardim. Foi somente envidraçar as abertura (no alto em
arco) e por uma porta de madeira envernizada abrindo para o terraço. O
carpinteiro M.Fazio fez um muito bonito altar de madeira sobreposto pelo
tabernáculo, nove filas de três genuflexórios permitindo uma grande
assistência. Não havia necessidade de procurar quadros e objetos pios. A casa
estava cheia deles.” (fl. 107)
[Em 1953, a Princesa Maria Pia
condescende com o traslado dos restos mortais do Conde D’Eu ao Brasil:] “Tinha ela o direito de aceitar a exumação daquele que lhe tinha feito
prometer que se ele morresse fora da França de o levar ao lado de sua esposa?
De um outro lado, minha Avó [a Princesa
Izabel], tendo sido uma heroína nacional, no Brasil, era
difícil de recusar as honras que seu país desejava lhe render. Não se podia
imaginar que este casal feliz na vida, pudesse ser separado na morte. Minha Mãe
se resignou e deu seu consentimento...” (fl. 251)
[A Princesa
Maria Pia demonstrou mais uma vez sua fé quando um incêndio na região onde
vivia ameaçou queimar a residência dos Bourbon Parma:] “[...] um dos mais importantes incêndios no Esterel irrompeu. O fogo,
impulsionado por um violento ‘mistral’, subiu na direção da propriedade dos
Bourbon Parma, devastando tudo em sua passagem. As pinhas inflamadas estouravam
e voavam a toda velocidade na direção do Mas Saint-Louis. Minha Mãe estava só.
Madame Roustan a tinha instalado no salão, pronta para levá-la à La Napoule, se
o calor do fogo se tornasse muito ameaçador. Enquanto isso, com Léon, munidos
de uma mangueira d’água, eles vigiavam o progresso do incêndio. Num certo
momento, ela deixou seu posto, para se preocupar com o que se passava no
interior da casa. Abrindo a porta do salão, ela viu ‘Sua Alteza’ de joelhos
tateando. “Alteza, lhe disse ela, o que está procurando?’ ‘Eu não encontro mais
a relíquia da Santa Cruz, que eu tinha comigo’ disse minha Mãe. Madame Roustan
viu a relíquia por terra, e a entregou a ela. E toda segura, ela saiu dizendo:
‘Sua Alteza reza à Santa Cruz, o fogo vai parar’... e o fogo parou no limite da
propriedade!” (fls. 262/263)
[Se
aproximando o momento da morte, a Princesa Maria Pia recebe os últimos
sacramentos:] “Vendo que ela baixava, fui procurar o Sr.
Cura, lhe pedindo para levar a Extrema Unção. Como minha mãe sempre manifestou
um grande medo da morte, ele me disse: ‘Prepare-a docemente, lhe dizendo que
amanhã eu virei lhe trazer a Santa Comunhão’, o que ele fez. Pouco depois,
simplesmente, ele lhe disse: ‘Alteza, eu vos trouxe o sacramento da Extrema
Unção’. Mamãe abriu tranquilamente as mãos, e recebeu os últimos sacramentos em
toda paz. Depois de ter acompanhado nosso bom Cura, eu subi novamente junto a
ela e ela me disse: ‘Você vê, não é difícil que se creia na morte...’ Graças ao
sacramento!” (fls. 263/264)
Outros textos
sugeridos:
Texto do Cardeal Pio,
fl. 205:
[A Princesa Maria Pia, com sua vida mostrou entender
bem o significado que se chama ‘O Reino Social de Nosso Senhor Jesus Cristo’
que, nas palavras do Eminente Cardeal Pio, assim se traduz:] “As matérias mais graves da legislação, do comércio, das finanças, da
administração, da diplomacia se tratam e se resolvem quase sempre sem que a
Igreja articule a menor observação... Mas querer que a Igreja de Jesus Cristo
renuncie ao direito e ao dever de julgar em última instância sobre a moralidade
dos atos de um agente moral qualquer, particular ou coletivo, pai, mãe,
magistrado, legislador, inclusive rei ou imperador, é querer que se negue a si
mesma, que abdique de sua essência, que se separe de sua certidão de nascimento
e dos títulos de sua história, enfim, que ultraje e mutile Aquele cujo lugar
ocupa sobre a Terra [...]
Pensamos no que
significa o Estado sem controle, os atos do príncipe ou do povo soberano
erigidos em atos-princípios que escapam da própria autoridade da religião? É a força em lugar do Direito, a vontade
identificada com a razão, a política que retorna ao paganismo e a infidelidade,
o Cristo excomungado da sociedade humana, ou melhor dizendo, o Estado feito
Deus. Pois bem, para um ser criado, a deificação é infalivelmente a ruína e a
morte[...]
Finalmente, não é
necessário refletir muito para se dar conta de que esta pretendida
independência dos soberanos, mortal a seu poder e às vezes a sua pessoas, não é
menos fatal para os povos que governam. Os povos aprendem a rebelar-se contra
esses guias independentes a quem estão confiados; e que os príncipes diagam o
que é melhor para eles: o controle da Igreja, poder sobrenatural, ou o controle
da força cega, apaixonada, inconsistente, que se chama a opinião e a força
popular [...]. Se o despotismo leva à rebelião, a rebelião leva à corrupção,
dos costumes e do espírito. E as nações, sacudidas por revoluções sem fim,
oscilam entre a anarquia com suas ruínas, e a ditadura com seus rigores e suas
vergonhas. Tais são os infalíveis frutos que recolhem os príncipes e os povos
de sua independência absoluta em relação à Igreja.” (T.IV, PP. 244-252)
A concepção da
Princesa Maria Pia contraria o laicismo quando reconhece que os Direitos de
Deus não estão a serviço das ideologias do momento:
Texto do Conselho
Pontifício da Cultura (Assembléia Plenária, Palácio S. Calisto, Roma, 11-13
março de 2004 (Documento Final):
“A práxis política do
voto nas democracias conduz à concepção de que não existiria uma verdade
objetiva”
Onde está teu Deus?
A fé cristã ante a
descrença religiosa
(...) 2.2. A
exaltação do homem como centro do Universo
Mesmo quando não o
mencionam explicitamente, os Padres do Concílio tinham em mente os regimes
marxistas-leninistas ateus e seu intento era construir uma sociedade sem Deus. Hoje
em dia tais regimes caíram na Europa, mas o modelo antropológico subjacente não
desapareceu. De fato observamos que se fortaleceu na Europa, - o que pode
perfeitamente estender-se a todo o mundo ocidental – o Papa constata ‘... a
intenção de fazer prevalecer uma antropologia sem Deus e sem Cristo. Esta forma
de pensar levou a considerar o homem como o centro absoluto da realidade,
fazendo-o ocupar assim falsamente o lugar de Deus e esquecendo que não é o
homem que faz a Deus, mas é Deus quem faz o homem. O esquecimento de Deus
conduziu ao abandono do homem, pelo que, não é estranho que neste contexto se
tenha aberto um amplíssimo campo para o livre desenvolvimento do niilismo, na
filosofia; do relativismo na gnoseologia e na moral; e do pragmatismo e até do
hedonismo cínico na configuração da existência diária’ (Ecclesia in Europa, n.
9).
O elemento mais
característico da cultura dominante do Ocidente secularizado, é, sem dúvida, a
difusão do subjetivismo, uma espécie de ‘profissão de fé’ na subjetividade
absoluta do indivíduo que, apresentando-se como humanismo, faz do ‘eu’ a única
referência, egoísta e narcisista, e faz do indivíduo único centro de tudo.
Esta exaltação do
indivíduo tomado como única referência, e a crise concomitante da autoridade,
fazem com que a Igreja não seja aceita como autoridade doutrinal e moral. Em
especial, se rechaça sua pretensão de orientar a vida das pessoas em função da
doutrina moral, pois ela é percebida domo negação das pessoas em função de uma
doutrina moral, pois ela é percebida como negação da liberdade pessoal. Trata-se,
ademais, de um debilitamento geral que não afeta só a Igreja, mas também a
Magistratura, o Governo, o Legislativo, o Exército e, em geral, as organizações
hierarquicamente estruturadas.
A exaltação do ‘eu’
conduz a um relativismo que se estende por tudo: a práxis política do voto nas
democracias, por exemplo, conduz amiúdo à concepção segundo a qual uma opinião
individual vale o mesmo que outra, de modo que não haveria uma verdade
objetiva, nem valores melhores ou piores que outros, nem, muito menos, valores
e verdades universalmente válidos para todo homem, em razão de sua natureza,
seja qual for sua cultura. (...)”
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