Ele hasteou a bandeira imperial no mastro
oficial do Congresso Nacional. O monarquista de 22 anos, Vinícius Braceloti
Vilhena de Moura, protagonizou, em Brasília, este ato épico e simbólico durante
as manifestações de 16 de março, que marcaram o repúdio popular à tentativa do
governo da república em obstruir as investigações da Polícia e do Ministério
Público Federal no combate a corrupção.
Vinícius Braceloti Vilhena de Moura com o
Deputado Federal Paulo Eduardo Martins
Imagem: Arquivo pessoal de Vinícius Braceloti
Vinícius concedeu uma entrevista exclusiva ao Blog Monarquia Já, contando sobre sua
ação. Acompanhe:
BMJ: Como surgiu a ideia de
hastear a bandeira Imperial no mastro oficial do Congresso Nacional, em
Brasília, durante as manifestações de 16 de março?
Vinícius Braceloti: Vou contar a história
toda. Eu e meu amigo Matheus fomos às manifestações de domingo, 13/03, com a
bandeira Imperial, onde encontramos vários monarquistas e pessoas que elogiaram
e tiraram fotos com as bandeiras do Império. Em nosso grupo eram mais ou menos
umas 10 pessoas e 4 bandeiras do Império, um casal de amigos estava com
cartazes contra a república.
Monarquistas protestam em Brasília em 13 de março de 2016. Vinícius Braceloti aparece segurando a bandeira
Imagem: Arquivo pessoal de Vinícius Braceloti
Na quarta (16/03), depois que sai do meu
estágio, quando cheguei em casa, por volta das 19h30min, o Matheus (amigo monarquista
que acompanha nas manifestações) me mandou uma mensagem falando que o congresso
estava cheio de manifestantes, disse que já estava a caminho pra irmos pra lá.
Descemos a pé, com o Matheus liderando e chamando os carros para o Congresso. Eu,
atrás, com a bandeira do Império ao vento, e nossos amigos nos seguindo. Pessoas
pararam a gente pelo caminho para fazer vídeos de apoio para chamar as pessoas
para rua e os carros buzinavam freneticamente com nosso convite. O gramado em
frente ao Congresso estava lotado.
Os manifestantes tinham acabado de descer do
Palácio do Planalto para o gramado do Congresso. Acabaram pegando a linha da
polícia de surpresa, que ficou recuada na altura da rampa que sobe para teto do
Congresso. Foi aí que eu vi o mastro. O mastro tinha um pixuleco enforcado.
Tiramos o pixuleco e hasteamos a bandeira.
Assista ao vídeo
BMJ: Por quanto tempo a
bandeira esteve hasteada? Como a polícia reagiu a esta ação?
Vinícius Braceloti: Ela ficou tremulando até
o final da manifestação. Das 9h da noite
até 1h da madrugada. O Sargento responsável disse que não a retirou a bandeira porque
iria inflamar a manifestação se descerrasse. A polícia retirou somente no final da
manifestação. Não quiseram me devolver, tive que buscar na delegacia do Senado.
Por 4 horas a bandeira Imperial tremula no céu de Brasília, colocada sobre o mastro oficial do Congresso Nacional
Imagem: divulgação
BMJ: Houve alguma reação
popular quando a bandeira tremulou lá no alto?
Vinícius Braceloti: Muitos apoiaram. O manifestante
que enforcou o pixuleco tentou tirá-la, até me deu uma cotovelada na costela. Eu
afastei minha namorada, para ele não nos agredir. Por um momento ele abaixou a
bandeira do Império e levantou o pixuleco, mas ele retirou o boneco e pediu
para erguer a bandeira Imperial de novo. E lá ela ficou. Me lembrou da queda do
Império, após o golpe dos republicanos, mas agora, seguida da queda da
república e nova ascensão do Império. E lá o Império ficou: altivo a tremular.
BMJ: Qual o significado de
hastear a bandeira naquela ocasião e naquele local?
Vinícius Braceloti: Simboliza esperança. Quando
a linha da polícia avançou e eu vi que ninguém ia tirar ela de lá, ficamos eu,
Matheus e Madalena (namorada de Vinícius) sentados na grama, ao lado do Congresso,
assistindo ela tremulando.
"E lá o Império ficou: altivo a tremular" afirma Vinícius Braceloti autor deste fato histórico
Imagem: divulgação
BMJ: Você é monarquista desde
quando?
Vinícius Braceloti: Sou monarquista desde o final
de 2014. Desde esta época, porque não sabia do nosso passado. Eu sempre senti
que faltava algo. Foi através do Príncipe Dom Bertrand, o primeiro contato que
tive com a Monarquia. Assisti a um vídeo de Dom Bertrand, no meio da roça,
dando uma palestra sobre monarquia e sobre nosso passado. Aquilo me impactou,
Ele era um Príncipe no meio do nada e mesmo assim dando total atenção pra
pessoas humildes. Foi aí que tive curiosidade pra aprender. Depois eu comecei a
ler a trilogia do Laurentino Gomes (1808,
1822, 1889). Li também a Declaração de Independência de Dom Pedro I e as
cartas de despedida de Dom Pedro II com seu pai, recomendo pra todos que
conheço.
Assista o vídeo do Príncipe Dom Bertrand de Orleans e Bragança em: https://www.youtube.com/watch?v=mltN0ZTgo1Y
BMJ: Hoje, como o Brasil pode
sair dessa terrível crise?
Vinícius Braceloti: A Monarquia é a engrenagem, roubada
em 1889, que falta para essa grande máquina, chamada Brasil, funcionar.