15 de novembro: reforma ou restauração?
Por Dionatan da Silveira Cunha
A república acaba de completar 125 anos sem que ninguém consiga lembrar algum benefício trazido pelo golpe de 1889. Um século marcado por 12 Estados de sítio, 17 atos institucionais, seis dissoluções do Congresso, 19 rebeliões, duas renúncias presidenciais, três presidentes impedidos de tomar posse, quatro presidentes depostos, sete Constituições diferentes, dois longos períodos ditatoriais e nove governos autoritários. São 125 anos de corrupção, roubos, inseguranças e incertezas. Desde Deodoro da Fonseca até Dilma Rousseff uma sucessão inacabável de escândalos e desrespeito a coisa pública.
A república acaba de completar 125 anos sem que ninguém consiga lembrar algum benefício trazido pelo golpe de 1889. Um século marcado por 12 Estados de sítio, 17 atos institucionais, seis dissoluções do Congresso, 19 rebeliões, duas renúncias presidenciais, três presidentes impedidos de tomar posse, quatro presidentes depostos, sete Constituições diferentes, dois longos períodos ditatoriais e nove governos autoritários. São 125 anos de corrupção, roubos, inseguranças e incertezas. Desde Deodoro da Fonseca até Dilma Rousseff uma sucessão inacabável de escândalos e desrespeito a coisa pública.
Dilma e Aécio: síntese da república
Imagem: Globo
Consolidando esta
verdade, assistiu-se em outubro a mais uma triste piada da república: as
eleições 2014. Os brasileiros foram chamados às urnas para a "festa da
democracia", verdadeiro apanágio a vontade da maioria (aparelhada pelo
sistema terrorista que se estabeleceu), numa triste disputa entre o ruim e o
pior. As prévias já demonstravam o resultado. Candidatos de péssimo nível
intelectual, deficientes de formação primária, alguns comprometidos com
ideologias falidas - contrárias à vontade da maioria dos brasileiros, outros
(se não os mesmos) de baixeza moral e ética jamais vistas. Aqueles eram os
possíveis representantes do Brasil.
As eleições foram uma
disputa de partidos aliados à tradicional corrupção de Brasília e a
participação de medonhos, apesar de muito pitorescos, partidos nanicos. O
resultado não poderia ser outro: ganhou Dilma, perderam os Brasileiros.
Estas eleições
serviram para mostrar que o mais famoso dos dispositivos da república, "a
vontade da maioria", é contraditório no Brasil, pois 48,36% da população votaram
em Aécio Neves e a soma de abstenção, brancos e nulos alcançou 27,7%. Numa
livre tradução da vontade popular, mais de 75%, a maioria dos brasileiros, não
quer Dilma Roussef no poder.
Mesmo assim saiu
vitoriosa Dilma. Aquela mesma guerrilheira, que com seus 66 anos de idade, 46
dos quais ligados à revolução, parece não perder as esperanças de ressuscitar
um idealismo falido como o comunismo. Numa rápida retrospectiva, pode-se
verificar que desde a juventude, autodenominada subversiva, Dilma saqueava
bancos, sequestrava pessoas e aterrorizava famílias em nome de seu ideal. Participava
clandestinamente de ações armadas, treinando táticas de guerrilha no exterior,
onde com maestria aprendeu a usar o fuzil. Foi pressa e alegadamente torturada
pelo regime militar.
Parte da ficha criminal de Dilma Rousseff divulgada em rede social
Imagem: divulgação
Fato que desagrada
Sua Excelência, mas que não pode deixar de ser mencionado é que ela foi uma das
mais entusiastas fundadoras do grupo de Comando da Libertação Nacional, o
COLINA, que depois, com seu apoio, fundiu-se com a Vanguarda Popular
Revolucionária e se tornou em VAR-P, nada menos que a Vanguarda Armada
Revolucionária Palmares, que matou cerca de 100 mil pessoas, entre civis e
militares.
Foto escondida: Dilma assalta, junto com Carlos Lamarca, em janeiro de 1969, o 4º Regimento de Infantaria, em Quitaúna, São Paulo
Imagem: JG Pimentel
Na década de 70, veio
a Porto Alegre, onde, com os ideais de Marx, Stalin, Lenin e tantos outros
"herois" vermelhos, formou-se em Economia na Universidade Federal do
Rio Grande do Sul. Filou-se a partidos de esquerda e foi uma das fundadoras do
PT. Integrou a equipe de governo da Prefeitura de Porto Alegre, administrada a
época por populistas como João Antônio Dib e Alceu Collares. Quando Collares
foi eleito governador do Rio Grande do Sul, Dilma o acompanhou, tendo por este
governador uma gratidão enorme, tão grande que o fez, sem nenhum motivo, Conselheiro
da Hidrelétrica de Itaipu. Quando secretaria, seu autoritarismo era tão temido,
quanto sua incompetência. Os sucessores de Dilma Rousseff nos cargos públicos
sempre se disseram chocados com a incapacidade administrativa da mandataria.
Em 2003, Dilma
integrou a equipe de governo de Lula e, a partir de 2008 passou a ser vista
como possível sucessora de seu amigo.
Efetivamente, sem nenhuma
grande experiência em gestão pública, sem nunca ter chegado a se candidatar
para qualquer cargo no legislativo, resolveu tentar a sorte na presidência da
república, pleito do qual saiu vitoriosa, em outubro de 2010. Seu governo,
mantendo o nível do antecessor, foi marcado por mais de 30 escândalos de
corrupção, alguns ainda não investigados.
Campanha da internet compila parte dos escândalos dos dois últimos presidentes da república
Imagem: reprodução
A campanha em 2014
usou estratégias de guerrilha ideológica. O PT, organizado como uma máfia, que
com ardilosa e mesquinha maquinação, mandou e-mails e mensagens por celular
para grande parte dos eleitores, ameaçando o corte nos benefícios sociais,
aparelhou também os Correios para que os carteiros fizessem panfletagem
gratuita para Dilma.
Eleitor de São Paulo recebe ameaças por telefone em outubro de 2014
Imagem: reprodução
Como toda a máquina
pública a favor, quem venceria Dilma?
Marina Silva mostrou
toda sua insignificância política, assentada numa falsa popularidade arranjada
pela imprensa. Era vice de Eduardo Campos, que falecido, acabou por ajudar
Marina a crescer nas enganosas pesquisas eleitorais.
Aécio Neves, cujo
vice - o Senador Aloysio Nunes, era amigo de Fidel Castro (tendo sido recebido
pelo tirano repressor em 2001), demostrou que apesar de seu conjunto raso de
ideias e propostas, era o mal menor para o Brasil naquela ocasião. Mesmo assim,
decepcionou, sobretudo depois da disputa.
Fidel Castro ensina boas maneiras a Aécio Neves
Imagem: Globo
Após as eleições, multiplicaram-se
os protestos dos que defendem o impeachment da presidente Dilma. Protestos que
foram abafados por uma mídia refém dos partidos políticos no poder e que se
interessam pelo degringolamento total do povo.
Milhares foram à
internet denunciar a fraude no sistema eleitoral brasileiro. Urnas onde só funcionava
o número 13, outras onde não eram computados os votos, ou casos em que o
eleitor mesmo não tendo comparecido a sua sessão eleitoral, já havia votado, foram
denunciados ao TSE e nada foi feito. Aliás, o seu presidente, José Antonio Dias
Toffoli, amigo pessoal de Dilma e Lula, indicado ao cargo por eles, considerou
este pleito um marco histórico para o Brasil. E ironicamente será. O Brasil e
os brasileiros relembrarão deste período da história com imensa vergonha e não
se custarão a arrancar as páginas dos livros que a escreverem. Por outro lado,
as más práticas servem justamente para que com elas se aprenda e se possa
contrapor o período de vitórias e glórias.
Mostrando mais um
pouco das anedotas desta república, cabe salientar a tentativa infame do
governo de valorizar a bondade de Lula e Dilma ao "criar" os
benefícios sociais. A “Bolsa Família” foi o campeão deles. Dilma se vangloriou
de ter "tirado da miséria mais de 36 milhões de brasileiros", e num contrassenso
- este sim - histórico, salientou que sustenta mais de 55 milhões com a dita “Bolsa
Família”. Que progresso é este? Vai além quando mensura que mais 1,5 milhões de
famílias foram atendidas pelo programa "Minha Casa, Minha Vida",
esquecendo-se que apenas 500 mil receberam de fato algum tipo de moradia pelo
programa. Dilma também se esqueceu de dizer que o programa de tem cerca de 80%
de inadimplência e dentro de alguns meses causará uma grave crise na economia
imobiliária. O "Minha Casa, Minha Vida", também é reconhecido pela burocracia
e recebeu sérias críticas de brasileiros de baixa renda que não conseguem sair
do aluguel. O PT propagandeou o PROUNI que visa "garantir a graduação para
todos os brasileiros". Ora, já no Império, quantos brasileiros foram
financiados pelo dinheiro do bolso do próprio Imperador para estudar nas
melhores universidades do mundo?
O governo federal, a
despeito do que a lógica ensina, defende um sistemático enfraquecimento educacional,
pedagógico e, principalmente, intelectual das universidades públicas, criando
bolsas de estudos nas, não menos debilitadas universidades particulares.
Criando bolsas de estudos, não se preocupa com o nível da educação no país, que
conforme a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico - OCDE,
num ranking de 36 países, o Brasil ocupa a 35º posição. Não se pode criar
escolas, universidades, sem se preocupar com a formação dos professores.
Dilma afirma que PRONATEC tem mais valor que graduação
Imagem: reprodução
Quem pode atestar
esta incongruência entre a ilusão criada pelo PT e a realidade do povo é a
economista, atualmente desempregada, Elisabeth Maria Costa Timbó, de 55 anos, a
quem, durante debate na Rede Globo, Dilma mandou fazer um curso do PRONATEC
para que possa buscar emprego de nível técnico. Esta afirmação não deve
surpreender àqueles que já conhecem o governo petista. Lula sempre disse que se
orgulhava de nunca ter sentado num banco de universidade, sendo muito sincero
quanto ao despreparo para exercer a função de presidente.
Campanha da internet mostra Lula "lendo" um livro de "cabeça para baixo"
Imagem: reprodução
Claramente
eleitoreiro, o governo esquece que a fórmula básica para se medir a eficácia
dos programas sociais é simples: mesura-se o número de pessoas que deixaram de
recebê-lo, ao invés do número de pessoas que se tornam dependentes.
Como se não bastasse,
as eleições no Brasil se deram num mar de lama. Entre denúncias de corrupção
numas das maiores estatais do país, construção de portos em países comunistas,
criação de aeroportos em fazendas privadas e nepotismo de todos os lados. As
ideias e as boas propostas ficaram desconhecidas dos brasileiros. Os debates
eram ataques pessoais. Uma disputa entre partidos e pessoas. Ficou muito claro
que a disputa não era pelo governo do Brasil - no melhor sentido da expressão,
mas sim pelos cargos, pelo dinheiro, pelo poder.
A culpa é de Dilma,
Aécio, Marina? De Lula, FHC ou Sarney? Não. Isso é a síntese da república.
Para melhorar tudo
isso, alguns defendem a reforma política. Como defender uma reforma numa casa
onde todos os alicerces estão corrompidos, abalados? Não se pode acreditar em
qualquer reforma com os valores, com a ética e com a moral da forma como se
apresenta. Que propostas de mudanças sérias virão da parte de políticos
corruptos? Ou de sindicatos e associações dominadas pelo governo? Acreditar
nisso é ingenuidade ou completa má
vontade.
Mas a corrupção, a
desonestidade, a falta de valores morais e éticos está na gênese da república.
No Brasil isso é muito mais evidente, pois a república nasceu de um golpe de
Estado, sem aprovação popular, nunca foi democrática, desrespeita todos os brasileiros
e agora, deixa-os num estado de dependência brutal, afrontando a dignidade
humana.
Como acreditar numa
república que a cada quatro anos impõe/determina/convoca o eleitor para
"eleger" um candidato já escolhido dentro de um grupo de interesses?
O candidato para se eleger, sempre está preso a acordos partidários e com
empresas e pessoas que financiaram sua campanha. Eleito, o líder do executivo
ou o membro de legislativo deverá, obrigatoriamente, favorecer àqueles grupos que
o elegeram e, mais do que isso, deverá prover recursos para que seu partido se
sustente e avance durante seu governo. Foi o que aconteceu com FHC, com Lula e
com Dilma. É uma das premissas da república. E, pior, findando o seu governo,
este deverá roubar o quanto puder, para que garanta o sustento daqueles
milhares de cargos de confiança, diretores, secretários, ministros,
funcionários de baixo e alto escalão que usaram a estrutura pública como cabide
de emprego durante aquela temporada.
Outro fator digno de
nota na república, é que o presidente eleito, alegando ter de "ajeitar a
casa" não apresenta resultado algum nos dois primeiros anos de governo e
nos outros dois restantes, preocupa-se apenas com sua reeleição ou eleição de
seu sucessor. E o que dizer do legislativo? A situação federal, que se repete
nos Estados e nos municípios, exige que o governo tenha maioria de aliados no
parlamento para que possa governar. Mesmo que o governo tenha a dita maioria,
fica difícil analisar qualquer proposta, pois os deputados e senadores
trabalham apenas 3 dias na semana.
A crise nas
instituições afeta também o Judiciário, onde o executivo tem autonomia para
indicar Ministros. Para se ter uma ideia, em 2016 o PT terá indicado dez dos
onze ministros do Supremo Tribunal Federal. Nesta situação, qual será o
resultado do julgamento dos casos de corrupção envolvendo os membros do
governo? Isso é a república. O governo, em especial o PT – extremamente republicano,
tenta subjugar até mesmo as Forças Armadas, outrora tão fortes e pujantes,
enfraquecendo-as e a cada ano e as humilhando mais e mais.
A Monarquia é
superior a tudo isso!
É contra tudo isso
que os monarquistas combatem. Uma disputa injusta. Uma batalha contra organismos
que lucram dinheiro, prestígio e poder com este estado de coisas. As propostas
sérias e honestas da Monarquia para o Brasil estão aí e podem ser conferidas no
Blog Monarquia Já e em tantas outras
páginas que surgiram nos últimos anos para defender a revitalização da Pátria.
É com confiança que se vê um número cada vez maior de monarquistas surgindo,
sobretudo jovens, em todo o Brasil. As movimentações de Dom Bertrand de Orleans
e Bragança, Príncipe Imperial do Brasil, bem como de Dom Antonio e sua família,
são a certeza de que a alegria e a
emoção com que a população os recebem,
confirmam que no peito de cada brasileiro bate um coração monarquista.
Contra fatos não
existem argumentos. O país não necessita de uma reforma política, tampouco
estrutural. O Brasil precisa, sem perda de tempo, de uma restauração completa.
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