120 anos de República no Brasil
"A república: veja que símbolo mais verdadeiro: uma mulher seminua que se oferece para todos como uma prostituta. Os seios nus simboliza que a república é para os que gostam de mamata. A tocha sobre o livro significa que ela queima a lei. A república caminhando acima do povo significa que ela passa por cima de todos!". (Blog del-Rei
Passados então, 120 anos de república (a que particularmente chamamos: RÉ-PÚBLICA), 120 anos de um golpe forçado, sem apoio popular, incoerente, fútil, desorganizado e sem explicações convincentes, temos a disposição a história brasileira pós-monarquia: 12 Estados de sítio, 17 atos institucionais, 6 dissoluções do Congresso, 19 rebeliões, 2 renúncias presidenciais, 3 presidentes impedidos de tomar posse, 4 presidentes depostos, 7 Constituições diferentes, 2 longos períodos ditatoriais, 9 governos autoritários... Uma instabilidade política, social, econômica, jamais vista em nosso país. Esses são os 120 anos de república no Brasil.
Em 1889, num ato puramente impensado e rancoroso, “proclamação da república no Brasil”, abrimos mão de um regime e de um homem público admirados mundialmente, abrimos mão da Monarquia e de Dom Pedro II. Sobre isso o deputado federal Antonio Henrique da Cunha Bueno, fez publicar em 1991, uma “contribuição para o centenário da morte do Imperador Dom Pedro II”, é um livro intitulado: A Morte no Exílio, que ajuda a compreender a dimensão do que se perdeu em 1889, com o fim da Monarquia, onde se tem como pontos principais o que descrevemos abaixo:
Em 1889, num ato puramente impensado e rancoroso, “proclamação da república no Brasil”, abrimos mão de um regime e de um homem público admirados mundialmente, abrimos mão da Monarquia e de Dom Pedro II. Sobre isso o deputado federal Antonio Henrique da Cunha Bueno, fez publicar em 1991, uma “contribuição para o centenário da morte do Imperador Dom Pedro II”, é um livro intitulado: A Morte no Exílio, que ajuda a compreender a dimensão do que se perdeu em 1889, com o fim da Monarquia, onde se tem como pontos principais o que descrevemos abaixo:
O falecimento
À noite de 5 de dezembro de 1891 falecia no exílio, na capital francesa, o deposto Imperador Dom Pedro II. Sua morte ocorria no modesto Hotel Bedford, que era o que suas posses permitiam. Duas vezes recusara indenizações do governo republicano: ao ser proclamada a república e quando a primeira Assembléia Constituinte de 1891 votou uma pensão equivalente ao ordenado do próprio presidente da república. Sobre a oferta do Governo Provisório, e depois de recusá-la, solicitando que se tornasse pública sua recusa, comentou “Não sei com que autoridade esses senhores dispõem dos dinheiros públicos”. Pedro II ia viver de suas escassas poupanças (durante os 49 anos de reinado Pedro II sempre recusara aumento de sua dotação anual, embora o orçamento do Império tenha se manipulado algumas vezes, sem inflação e sem desvalorização da moeda-padrão da época que se mantinha paritária à Libra Esterlina, empregando ainda boa parte dela no patrocínio de bolsas para jovens brasileiros promissores). No exílio continuou a ser o que sempre foi – um padrão de moralidade, de vida pública e particular inatacável, sempre primado pela honradez e compostura. Obrigado a viver fora do país, amealhou o mínimo possível para viver com dignidade. A Imperatriz Teresa Cristina já tinha falecido em Portugal, ao serem expulsos do Brasil. A Princesa Isabel e filhos iam ficar por conta do Conde D’Eu, possuidor de algum patrimônio no seu país de origem.
O Imperador fizera questão de levar consigo somente um travesseiro com terra do Brasil, para repousar sua cabeça quando do último suspiro. Alguns amigos dedicados, inclusive o engenheiro André Rebouças, o grande abolicionista, haviam feito questão de acompanhar a Família Imperial ao exílio. Rebouças, quando da morte de Dom Pedro II, recusou-se a voltar ao Brasil, dizendo que o desaparecimento do Imperador representara o termino das possibilidades de alguém da sua cor – negra – vir a ser personalidade exponencial no país. No exílio, Dom Pedro II não gastou o tempo em mundanismos, nem a freqüentar saraus e recitais – dedicou seu tempo final ao Instituto Pasteur e à Academia Francesa, convivendo com sábios do porte de Pasteur.
[...]
O Imperador fizera questão de levar consigo somente um travesseiro com terra do Brasil, para repousar sua cabeça quando do último suspiro. Alguns amigos dedicados, inclusive o engenheiro André Rebouças, o grande abolicionista, haviam feito questão de acompanhar a Família Imperial ao exílio. Rebouças, quando da morte de Dom Pedro II, recusou-se a voltar ao Brasil, dizendo que o desaparecimento do Imperador representara o termino das possibilidades de alguém da sua cor – negra – vir a ser personalidade exponencial no país. No exílio, Dom Pedro II não gastou o tempo em mundanismos, nem a freqüentar saraus e recitais – dedicou seu tempo final ao Instituto Pasteur e à Academia Francesa, convivendo com sábios do porte de Pasteur.
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A desmoralização republicana
Foi esse estadista, Dom Pedro II – louvado por escritores de porte internacional do grande poeta internacional de porte internacional do grande poeta francês Victor Hugo e por cientistas de renome mundial como o norte-americano Graham Bell, inventor do telefone – que os republicanos, jacobinistas, positivistas e militares, expulsaram. Com isso acabaram com a mais longa e fecunda experiência parlamentarista brasileira, o parlamentarismo monárquico.
Muita gente gosta de citar textos de Rui Barbosa – “De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto verem agitarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto”. Mas pouca gente completa estas frases coma s seguintes expressões do mesmo discurso de Rui no Senado Federal em dezembro de 1914: “Essa foi a obra de república nos últimos anos. No outro regímen (a Monarquia), o homem que tinha certa nódoa em sua vida era um homem perdido para todo o sempre – as carreiras políticas lhe estavam fechadas”.
Quem era o guardião da honradez pública, contra a corrupção que ia avassalar a república até os escândalos de hoje?
Rui Barbosa, arrependido, mais uma vez, de ter contribuído para a deposição do Imperador, reconhece finalmente: “Havia uma sentinela vigilante, de cuja severidade todos se temiam e que, acesa no alto, guardava a redondeza, como um farol que não se apaga, em proveito da honra, da justiça e da moralidade gerais. Era o Imperador Dom Pedro II”.
Após a derrubada do Monarca: “Na república todos os grupos se alhearam do movimento dos partidos, da ação dos Governos, da prática das instituições. Contentamo-nos hoje com as formulas e aparência, porque estas mesmo vão se dissipando pouco a pouco, delas quase nada nos restando”.
“Apenas temos nomes, apenas temos reminiscência, apenas temos fantasmagoria de uma coisa que existiu, de uma coisa que se deseja ver ressurgida, mas que, na realidade, se foi inteiramente.”
“E nessa destruição geral das nossas instituições, a maior de todas as ruínas, Senhores, e a ruína da justiça, colaborada pela ação dos homens públicos, pelo interesse dos nossos partidos, pela influência constante dos nossos Governos. E nesse esboroamento da justiça, a mais grave de todas ruínas é a falta de penalidade aos criminosos confessos, é a falta de punição quando se aponta um crime que envolva um nome poderoso, apontado, indicado, que todos conhecem, mas que ninguém tem coragem de apontá-lo à opinião pública, de modo que a justiça possa exercer a sua ação saneadora e benfazeja.”
Rui continua atualíssimo...
Muita gente gosta de citar textos de Rui Barbosa – “De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto verem agitarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto”. Mas pouca gente completa estas frases coma s seguintes expressões do mesmo discurso de Rui no Senado Federal em dezembro de 1914: “Essa foi a obra de república nos últimos anos. No outro regímen (a Monarquia), o homem que tinha certa nódoa em sua vida era um homem perdido para todo o sempre – as carreiras políticas lhe estavam fechadas”.
Quem era o guardião da honradez pública, contra a corrupção que ia avassalar a república até os escândalos de hoje?
Rui Barbosa, arrependido, mais uma vez, de ter contribuído para a deposição do Imperador, reconhece finalmente: “Havia uma sentinela vigilante, de cuja severidade todos se temiam e que, acesa no alto, guardava a redondeza, como um farol que não se apaga, em proveito da honra, da justiça e da moralidade gerais. Era o Imperador Dom Pedro II”.
Após a derrubada do Monarca: “Na república todos os grupos se alhearam do movimento dos partidos, da ação dos Governos, da prática das instituições. Contentamo-nos hoje com as formulas e aparência, porque estas mesmo vão se dissipando pouco a pouco, delas quase nada nos restando”.
“Apenas temos nomes, apenas temos reminiscência, apenas temos fantasmagoria de uma coisa que existiu, de uma coisa que se deseja ver ressurgida, mas que, na realidade, se foi inteiramente.”
“E nessa destruição geral das nossas instituições, a maior de todas as ruínas, Senhores, e a ruína da justiça, colaborada pela ação dos homens públicos, pelo interesse dos nossos partidos, pela influência constante dos nossos Governos. E nesse esboroamento da justiça, a mais grave de todas ruínas é a falta de penalidade aos criminosos confessos, é a falta de punição quando se aponta um crime que envolva um nome poderoso, apontado, indicado, que todos conhecem, mas que ninguém tem coragem de apontá-lo à opinião pública, de modo que a justiça possa exercer a sua ação saneadora e benfazeja.”
Rui continua atualíssimo...
A justiça da história
Dona Isabel e o Conde D’Eu, seu marido, foram com as crianças e reduzido grupo de amigos, morar em Eu. Lá o Conde, nascido Príncipe francês, foi morar com a Família no Castelo D’Eu. Com a morte de Dom Pedro II, ascendeu a Chefia da Casa Imperial do Brasil, Dona Isabel, sua filha e Regente do Império. Dona Isabel, em 1888, foi responsável no Brasil, pela libertação dos escravos. Ocasião em que, vale lembrar, recebeu críticas, o ódio e o desprezo de políticos, sobretudo os aristocratas, como o Barão de Cotegipe, que disse à Princesa: “Vossa Alteza libertou uma raça, mas perdeu o trono”. Ao que imediatamente, Dona Isabel respondeu: "Mil tronos eu tivesse, mil tronos eu daria para libertar os escravos do Brasil". Em Eu ou em Paris, Dona Isabel fazia de sua residência um abrigo aos brasileiros, recebia-os com toda simplicidade que tinha no Brasil.
Mas homem ponderado e sábio, que era Dom Pedro II, previu um futuro em que a Monarquia podia voltar. Isso aconteceu quando alguns amigos visitaram, em Paris, em 1890, e lhe deram conta de que a república estava recebendo muitas adesões. Com voz branda, Dom Pedro II observou: “Isso que ora se dá em nossa Pátria, sempre se deu e se há de dar em todos os séculos e em todas as nações. Que sol nascente deixou jamais de produzir calor e movimento? Deve-se julgar os homens pelo que eles são realmente, e não pelo que desejamos pó sonhamos que sejam. Feliz a consciência onde a recordação de todos os atos de um simples dia, calmo e normal, não projetar alguma sombra de dúvida! O novo regime surgiu revestido de aparato, apoiado na força pública, rico de recursos que lhe deixemos, fértil em esperanças e valiosa promessas. O modo inopinado como a mudança se efetuou, feriu as imaginações, atribui-lhe foros de maravilhoso. Daí o magnetismo que ele exerce, perfeitamente explicável. Lamentamos apenas a ilusão em que se acham, e meditemos sobre a contingência das situações humanas. Virá em seguida o arrependimento. Se a monarquia voltar, de adesões não há de sentir falta, e igualmente espontâneas, com idêntico entusiasmo e verdade.”
Morto no exílio, Dom Pedro II tinha plena consciência de haver sido fiel à sua missão, como se vê nos versos de sua autoria:
“Não maldigo o rigor da iníqua sorte,/por mais atroz que seja e sem piedade,/arrancando-me o Trono e a majestade,/quando a dois passos só estou da morte.
É ver da mão fugir, à extrema hora,/a mesma boca lisonjeira e ingrata/ que tantos beijos nela pôs outrora!
E entre visões de paz, de luz, de glória,/sereno aguardarei no meu jazigo/ a justiça de Deus na voz da História!”
Como se vê nas colocações anteriormente citadas, até mesmo os republicanos convictos, como Rui Barbosa, que serviu de célebre intelectual ao movimento republicano, arrependeu-se dos feitos realizados na fatídica data, que hoje completa 120 anos. Nem mesmo Deodoro da Fonseca pretendia depor o Imperador, a quem admirava muito. Fomos vítimas, enquanto cidadãos, de um golpe mal organizado, sujo e perverso, que desde o início se apoiou em esquemas nebulosos e mesquinhos, sem nenhum compromisso com o país e muitos menos com seu povo. Não fomos vítima de um idealismo frenético e ativo, mas sim da inveja, da revolta e da trapaça de poucos. Os motivos todos já sabem.
José Pedro Galvão de Souza, em seu livro Raízes históricas da crise política no Brasil. Editora Vozes, Petrópolis – 1965, no capítulo 1 – O apriorismo político no Brasil, na página 16 e 17, diz: “Os propagandistas da República não nos deixaram uma só obra em que tivessem justificado de forma convincente, à vista da situação do país, as vantagens de uma alteração na forma de governo. Rui Barbosa, batendo-se pela Federação, reclamava-a “com ou sem Coroa”, deslocando a questão da forma de governo para a da forma de Estado, quando na verdade a mudança desta não era incompatível com a manutenção daquela.”
Fica a pergunta: Por que fomos vítima deste golpe?
Depois desta semana de postagens sobre os 120 anos de república no Brasil, depois de lermos os mais diversos autores, senhores das palavras, intelectuais do assunto e especialistas na matéria, fica-nos ainda o desconhecimento do motivo deste ato de 1889. Os referidos textos dão conta da superficial e grosseira atuação do “movimento republicano”, porem não nos traz a ideologia (que ao menos deveria estar presente na ação dos revoltosos), capaz de romper com um regime tão antigo e sólido como a monarquia no Brasil. Talvez não traga a ideologia, porque ela nunca tenha existindo! A república no Brasil foi apenas um capricho. Servimos, então, de cobaia para os que sonhavam com um regime importado, com aspirações a Revolução Francesa. Fomos cobaia para aqueles que achavam que não poderíamos ser exceção na América, para aqueles que achavam que teríamos que passar por regimes opressores como o da América espanhola, ou ainda sermos tal qual os Estados Unidos, com uma Constituição que não condizia com nossa realidade. Enfim, fomos cobaia daqueles que admiravam os países do exterior, mas nunca admiraram o Brasil.
Empurrados para o exílio, o Imperador e a Família Imperial foram, primeiramente, para Portugal, onde a primeira vítima dos republicanos se fez: a Imperatriz Dona Teresa Cristina, falecida na cidade do Porto, em 28 de dezembro de 1889. O povo brasileiro havia ficado órfão... Uma mãe ao deixar seus filhos, deixa um pouco de si, assim foi com a Imperatriz ao morrer no exílio. Mais tarde foi-se o Imperador, a 5 de dezembro de 1891, tendo na república francesa de então, funeral de Chefe de Estado. Assim era Dom Pedro II, admirado até mesmo pelos republicanos estrangeiros.
Morto no exílio, Dom Pedro II tinha plena consciência de haver sido fiel à sua missão, como se vê nos versos de sua autoria:
“Não maldigo o rigor da iníqua sorte,/por mais atroz que seja e sem piedade,/arrancando-me o Trono e a majestade,/quando a dois passos só estou da morte.
É ver da mão fugir, à extrema hora,/a mesma boca lisonjeira e ingrata/ que tantos beijos nela pôs outrora!
E entre visões de paz, de luz, de glória,/sereno aguardarei no meu jazigo/ a justiça de Deus na voz da História!”
Como se vê nas colocações anteriormente citadas, até mesmo os republicanos convictos, como Rui Barbosa, que serviu de célebre intelectual ao movimento republicano, arrependeu-se dos feitos realizados na fatídica data, que hoje completa 120 anos. Nem mesmo Deodoro da Fonseca pretendia depor o Imperador, a quem admirava muito. Fomos vítimas, enquanto cidadãos, de um golpe mal organizado, sujo e perverso, que desde o início se apoiou em esquemas nebulosos e mesquinhos, sem nenhum compromisso com o país e muitos menos com seu povo. Não fomos vítima de um idealismo frenético e ativo, mas sim da inveja, da revolta e da trapaça de poucos. Os motivos todos já sabem.
José Pedro Galvão de Souza, em seu livro Raízes históricas da crise política no Brasil. Editora Vozes, Petrópolis – 1965, no capítulo 1 – O apriorismo político no Brasil, na página 16 e 17, diz: “Os propagandistas da República não nos deixaram uma só obra em que tivessem justificado de forma convincente, à vista da situação do país, as vantagens de uma alteração na forma de governo. Rui Barbosa, batendo-se pela Federação, reclamava-a “com ou sem Coroa”, deslocando a questão da forma de governo para a da forma de Estado, quando na verdade a mudança desta não era incompatível com a manutenção daquela.”
Fica a pergunta: Por que fomos vítima deste golpe?
Depois desta semana de postagens sobre os 120 anos de república no Brasil, depois de lermos os mais diversos autores, senhores das palavras, intelectuais do assunto e especialistas na matéria, fica-nos ainda o desconhecimento do motivo deste ato de 1889. Os referidos textos dão conta da superficial e grosseira atuação do “movimento republicano”, porem não nos traz a ideologia (que ao menos deveria estar presente na ação dos revoltosos), capaz de romper com um regime tão antigo e sólido como a monarquia no Brasil. Talvez não traga a ideologia, porque ela nunca tenha existindo! A república no Brasil foi apenas um capricho. Servimos, então, de cobaia para os que sonhavam com um regime importado, com aspirações a Revolução Francesa. Fomos cobaia para aqueles que achavam que não poderíamos ser exceção na América, para aqueles que achavam que teríamos que passar por regimes opressores como o da América espanhola, ou ainda sermos tal qual os Estados Unidos, com uma Constituição que não condizia com nossa realidade. Enfim, fomos cobaia daqueles que admiravam os países do exterior, mas nunca admiraram o Brasil.
Empurrados para o exílio, o Imperador e a Família Imperial foram, primeiramente, para Portugal, onde a primeira vítima dos republicanos se fez: a Imperatriz Dona Teresa Cristina, falecida na cidade do Porto, em 28 de dezembro de 1889. O povo brasileiro havia ficado órfão... Uma mãe ao deixar seus filhos, deixa um pouco de si, assim foi com a Imperatriz ao morrer no exílio. Mais tarde foi-se o Imperador, a 5 de dezembro de 1891, tendo na república francesa de então, funeral de Chefe de Estado. Assim era Dom Pedro II, admirado até mesmo pelos republicanos estrangeiros.
Funeral de Dom Pedro II, em Paris.
Dona Isabel e o Conde D’Eu, seu marido, foram com as crianças e reduzido grupo de amigos, morar em Eu. Lá o Conde, nascido Príncipe francês, foi morar com a Família no Castelo D’Eu. Com a morte de Dom Pedro II, ascendeu a Chefia da Casa Imperial do Brasil, Dona Isabel, sua filha e Regente do Império. Dona Isabel, em 1888, foi responsável no Brasil, pela libertação dos escravos. Ocasião em que, vale lembrar, recebeu críticas, o ódio e o desprezo de políticos, sobretudo os aristocratas, como o Barão de Cotegipe, que disse à Princesa: “Vossa Alteza libertou uma raça, mas perdeu o trono”. Ao que imediatamente, Dona Isabel respondeu: "Mil tronos eu tivesse, mil tronos eu daria para libertar os escravos do Brasil". Em Eu ou em Paris, Dona Isabel fazia de sua residência um abrigo aos brasileiros, recebia-os com toda simplicidade que tinha no Brasil.
Dona Isabel e o Conde D'Eu
Dom Luiz faleceu em 26 de março de 1920, vítima da I Guerra Mundial e de sua heróica atuação. Dona Isabel, sentida de tudo que lhe havia acontecido, não tardou em deixar-nos. Morreu em 14 de novembro de 1921. O herdeiro do Trono do Império do Brasil no exílio, era então, Dom Pedro Henrique, filho de Dom Luiz, neto da Redentora, bisneto de Dom Pedro II, então com 12 anos.
Dom Pedro Henrique, recebeu o apoio do tio, Dom Pedro de Alcântara, e tinha sua mãe como responsável. Da Europa, comunicavam-se com os monarquistas brasileiros, até que em 1945, findada a II Guerra Mundial e os transtornos causados por esta, veio ao Brasil com sua esposa a Princesa Dona Maria, nascida Princesa da Baviera, vinham do Velho Mundo, com 4 de seus 12 filhos. No Brasil, Dom Pedro Henrique fundou a Ação Patrionovista, com vistas a restauração da Monarquia. Dom Pedro Henrique faleceu em Vassouras em 1989, deixando como herdeiro o atual Chefe da Casa Imperial do Brasil, Dom Luiz de Orleans e Bragança.
Dom Luiz, o atual herdeiro e Chefe da Casa Imperial, vive em São Paulo, mas viaja o Brasil e o mundo com palestras e conferencias, numa atividade incessante para demonstrar os benefícios de uma monarquia moderna, constitucional e parlamentarista. Em recente manifesto (que aqui já transcrevemos), de 13 de setembro de 2009, reafirma sua posição como “de jure” Imperador e defende o povo brasileiro das garras da república brasileira: “Não é minha intenção debruçar-me aqui sobre os inúmeros desmandos do regime republicano, que estão à vista de todos, e que não fazem senão ressaltar a inorganicidade de um regime político que, pela violência abrupta, veio truncar essa continuidade benéfica [da monarquia]. Desmandos esses que levam a opinião pública a não ver na classe política a expressão autêntica do que o Brasil pensa e quer.”
O Imperador do Brasil é Defensor Perpétuo da Nação.
A quem acha a monarquia um sistema antiquado, arcaico e em desuso, citemos os clássicos exemplos da Espanha, que após o totalitarismo de Francisco Franco, em 1975, com o apoio popular, voltou a ser Monarquia. A Noruega em 1905, mesmo sem ter Família Real, optou pela Monarquia. O Reino Unido da Grã-Bretanha, potência mundial, nunca conheceu outra forma de governo, a não ser a Monarquia. Bélgica, Dinamarca, Holanda, Canadá, Austrália, e muitos outros países do mundo continuam como Monarquias. Por que Japão, Liechtenstein e Luxemburgo aparecem sempre na dianteira dos países mais ricos do mundo? Por uma simples razão, TODOS ELES SÃO MONARQUIAS.
Ao findar da explanação sobre os 120 anos da república no Brasil, digo-lhes que não é por acaso que um sem-número de pessoas vem se agregando a Causa Monárquica. O que para uma minoria desinformada e conivente com os atos da república, é motivo de graça, para nós é uma saída, uma “tábua de salvação”. A quem ri de nossa Causa, achando-a infundada e retrograda, dizemos que para mudar o que não está bom, não podendo ficar parados, só restou à ação!
Já dizia João Pedro Galvão de Souza: “O ideal republicano, acalentado prazerosamente por acadêmicos e cadetes, teria desde logo uma realização cheia de amarguras. E vimos então que, depois das primeiras decepções, ou ao termo de muitas provas e vãs tentativas para depurá-lo, os idealistas da primeira hora, os republicanos históricos, acabavam por confessar: - “Não era esta República dos meus sonhos!”
A Monarquia é um sistema de governo para o povo e pelo povo, onde o governante, preparado para assumir o poder, nunca irá usar da tirania e seu governo não resultará na inobservância das leis e da Carta Magna do país. Numa Monarquia não há ditaduras e rompantes pessoais do Chefe de Estado, pois este fora criado desde sua tenra idade para assumir o posto que lhe cabe.
Dona Isabel teve 4 filhos: Dona Luiza Vitória, Dom Pedro de Alcântara, Dom Luiz Maria e Dom Antonio Gastão. Dona Luiza Vitória natimorta, Dom Pedro de Alcântara renunciou a seus eventuais direitos ao Trono do Brasil, Dom Luiz, Príncipe Imperial do Brasil e Dom Antonio, faleceu muito jovem, então com 28 anos.
Dona Isabel mantinha freqüente contanto com os brasileiros na Europa, mas não só. Ela manteve durante toda sua vida no exílio, correspondências com antigos monarquistas e abolicionistas. Dom Luiz, o herdeiro, manteve-se da mesma forma. Da França mesmo, publicou Manifestos e pronunciamentos ao Povo do Brasil. A vontade da Família Imperial pela volta à nação brasileira, bem como o apego a nossa terra e por conseqüência a restauração da monarquia e o retorno da ética política, é visível na carta de Dom Luiz a Martin Francisco de Andrada:
[…]"quanto me custa ficar aqui, de braços cruzados, quando penso que um punhado de homens decididos bastaria para arrancar a Pátria das garras dos aventureiros que a exploram."
"Ainda não sei qual será a sua atitude na questão das candidaturas. Quanto a mim, julgo ambos os candidatos 'indesejados'; mas a ter de optar, optaria pelo Rui [Barbosa], cujos partidários representam o elemento mais são e de maior prestígio no país. Parece-me mesmo que poderíamos aproveitar o momento para um acordo com os próceres desse grupo, a fim de conseguirmos um esforço comum pela restauração, logo após as eleições presidenciais. Que lhe parece?"
Dona Isabel mantinha freqüente contanto com os brasileiros na Europa, mas não só. Ela manteve durante toda sua vida no exílio, correspondências com antigos monarquistas e abolicionistas. Dom Luiz, o herdeiro, manteve-se da mesma forma. Da França mesmo, publicou Manifestos e pronunciamentos ao Povo do Brasil. A vontade da Família Imperial pela volta à nação brasileira, bem como o apego a nossa terra e por conseqüência a restauração da monarquia e o retorno da ética política, é visível na carta de Dom Luiz a Martin Francisco de Andrada:
[…]"quanto me custa ficar aqui, de braços cruzados, quando penso que um punhado de homens decididos bastaria para arrancar a Pátria das garras dos aventureiros que a exploram."
"Ainda não sei qual será a sua atitude na questão das candidaturas. Quanto a mim, julgo ambos os candidatos 'indesejados'; mas a ter de optar, optaria pelo Rui [Barbosa], cujos partidários representam o elemento mais são e de maior prestígio no país. Parece-me mesmo que poderíamos aproveitar o momento para um acordo com os próceres desse grupo, a fim de conseguirmos um esforço comum pela restauração, logo após as eleições presidenciais. Que lhe parece?"
Dom Luiz e Família, acompanhados de Dona Isabel e o Conde D'Eu.
Dom Luiz faleceu em 26 de março de 1920, vítima da I Guerra Mundial e de sua heróica atuação. Dona Isabel, sentida de tudo que lhe havia acontecido, não tardou em deixar-nos. Morreu em 14 de novembro de 1921. O herdeiro do Trono do Império do Brasil no exílio, era então, Dom Pedro Henrique, filho de Dom Luiz, neto da Redentora, bisneto de Dom Pedro II, então com 12 anos.
Dom Pedro Henrique, herdeiro dos Imperadores do Brasil
Dom Pedro Henrique, recebeu o apoio do tio, Dom Pedro de Alcântara, e tinha sua mãe como responsável. Da Europa, comunicavam-se com os monarquistas brasileiros, até que em 1945, findada a II Guerra Mundial e os transtornos causados por esta, veio ao Brasil com sua esposa a Princesa Dona Maria, nascida Princesa da Baviera, vinham do Velho Mundo, com 4 de seus 12 filhos. No Brasil, Dom Pedro Henrique fundou a Ação Patrionovista, com vistas a restauração da Monarquia. Dom Pedro Henrique faleceu em Vassouras em 1989, deixando como herdeiro o atual Chefe da Casa Imperial do Brasil, Dom Luiz de Orleans e Bragança.
Dom Pedro Henrique e Dona Maria ao centro, rodeados pelos filhos
Dom Luiz, o atual herdeiro e Chefe da Casa Imperial, vive em São Paulo, mas viaja o Brasil e o mundo com palestras e conferencias, numa atividade incessante para demonstrar os benefícios de uma monarquia moderna, constitucional e parlamentarista. Em recente manifesto (que aqui já transcrevemos), de 13 de setembro de 2009, reafirma sua posição como “de jure” Imperador e defende o povo brasileiro das garras da república brasileira: “Não é minha intenção debruçar-me aqui sobre os inúmeros desmandos do regime republicano, que estão à vista de todos, e que não fazem senão ressaltar a inorganicidade de um regime político que, pela violência abrupta, veio truncar essa continuidade benéfica [da monarquia]. Desmandos esses que levam a opinião pública a não ver na classe política a expressão autêntica do que o Brasil pensa e quer.”
Dom Luiz de Orleans e Bragança, Chefe da Casa Imperial do Brasil
O Imperador do Brasil é Defensor Perpétuo da Nação.
A quem acha a monarquia um sistema antiquado, arcaico e em desuso, citemos os clássicos exemplos da Espanha, que após o totalitarismo de Francisco Franco, em 1975, com o apoio popular, voltou a ser Monarquia. A Noruega em 1905, mesmo sem ter Família Real, optou pela Monarquia. O Reino Unido da Grã-Bretanha, potência mundial, nunca conheceu outra forma de governo, a não ser a Monarquia. Bélgica, Dinamarca, Holanda, Canadá, Austrália, e muitos outros países do mundo continuam como Monarquias. Por que Japão, Liechtenstein e Luxemburgo aparecem sempre na dianteira dos países mais ricos do mundo? Por uma simples razão, TODOS ELES SÃO MONARQUIAS.
Ao findar da explanação sobre os 120 anos da república no Brasil, digo-lhes que não é por acaso que um sem-número de pessoas vem se agregando a Causa Monárquica. O que para uma minoria desinformada e conivente com os atos da república, é motivo de graça, para nós é uma saída, uma “tábua de salvação”. A quem ri de nossa Causa, achando-a infundada e retrograda, dizemos que para mudar o que não está bom, não podendo ficar parados, só restou à ação!
Já dizia João Pedro Galvão de Souza: “O ideal republicano, acalentado prazerosamente por acadêmicos e cadetes, teria desde logo uma realização cheia de amarguras. E vimos então que, depois das primeiras decepções, ou ao termo de muitas provas e vãs tentativas para depurá-lo, os idealistas da primeira hora, os republicanos históricos, acabavam por confessar: - “Não era esta República dos meus sonhos!”
A Monarquia é um sistema de governo para o povo e pelo povo, onde o governante, preparado para assumir o poder, nunca irá usar da tirania e seu governo não resultará na inobservância das leis e da Carta Magna do país. Numa Monarquia não há ditaduras e rompantes pessoais do Chefe de Estado, pois este fora criado desde sua tenra idade para assumir o posto que lhe cabe.
A Monarquia Constitucional e Parlamentar é símbolo da Democracia, a mesma Democracia tão sonhada para o Brasil, mas jamais alcançada em 120 anos de república.
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