120 anos de República: O negro, a educação e a problemática republicana
Em texto disponível no site da Diocese de Divinópolis é possível constatar a ineficiência e a incapacidade da república no Brasil. A questão social e étnica é alvo do artigo de Alisson Ferreira.
O negro, a educação e a problemática republicana
Alisson Ferreira*
O Brasil, com uma população negra inferior apenas um da Nigéria, não conseguiu, eliminar em 120 anos de história republicana, mancham desigualdades como e que mancharam ainda como relações étnico-raciais. Isso pode ser observado quando se analisa que, até pouco tempo atrás, não tínhamos uma inclusão dos termos discriminação e racismo como categorias de estudo para explicar o fato de os negros possuírem os mais baixos índices de desenvolvimento dentro das esferas sociais.
A questão percorreu, racial e que gravitou Em todos os momentos da história democrática jovem do Brasil, sempre enfrentou os resultados negativos da latente falta de uma gestão política cidadã. As Decisões de gabinetes, historicamente, incluíam as demandas das elites oligárquicas nacionais e abafava a questão racial, assim fugindo, do conflito que se fazia presente e era cada vez mais evidente na sociedade brasileira.
Quando a República foi proclamada em 1889, um de seus pilares firmava-se em Oferecer educação a todo brasileiro e construir uma sociedade pautada nos preceitos positivistas e republicanos Igualdade de e de prosperidade. Porém, o que se viu e é visto em muitas ações governamentais é de um total de descumprimento dos Princípios de uma República Democrática onde, instituições públicas como as escolas, ainda perpetuam o preconceito ea discriminação de republicanos negros e pobres.
O que há de se questionar, no que tange uma universalização da educação, e se ela está realmente sendo levada a todos. Do ponto de vista sociológico pode-se dizer que o termo "todos" Deve ser entendido como o ato de levar uma educação um cada um e pron uma Dentro do território nacional.
Existem muitos lugares em nosso país em que o termo "todos" é entendido como um "todo particular", sem a perspectiva da ampla abertura que o plural da palavra exige. A falta deste entendimento é o resultado de muitos problemas históricos vividos pela comunidade negra em nosso país.
As tentativas de se estabelecer um discurso de "democracia racial" Supostamente onde existiria uma Igualdade de Condições Entre os Cidadãos brasileiros negros e brancos não se sustentam há muito tempo. A organização da comunidade negra e dos Organismos de defesa dos diretos humanos e de controle público vem denunciando, há anos, uma situação em que se encontram os negros brasileiros.
Mesmo com os 120 anos da República Federativa do Brasil e os muitos avanços dos aparatos jurídico-normativos que Estabelecem inclusão de todos na vida social, a educação ainda não se constituiu como um valor, uma Prioridade governamental. O que vemos são soluções "mágicas" e programas educacionais tecnocratas pregados por Governos com políticas pautadas na visão de uma educação de resultados, muito pouco humana e acolhedora. A Escola Pública no Brasil deve cumprir o seu papel de humanizar as relações sociais, de diminuir as diferenças, incluindo em seu regaço todo um universo de pessoas, educando-as para uma vida.
É muito recente por parte de escolas e pesquisadores, uma preocupação com o tema da educação de negros brasileiros. Talvez este fato se responda pela constatação da Inexistência de fontes e trabalhos acadêmicos sobre este assunto No decorrer da história de nosso país. No Brasil a educação é Tratada de forma material e estrutural e quase nunca sob o prisma das relações humanas, da aceitação das diferenças e da Melhoria da Instrução Cidadã e multi-étnica. É evidente em nossas Instituições de Ensino a ausência de saberes voltados para a educação étnico-racial e, naturalizaram historicamente é Comprovado que nossos Governos dos mesmos uma ausência. A República do Brasil fugiu ao conflito que se instalou na Abolição da Escravatura em 1888, não quis discutir a situação das Centenas de inserção social de negros libertos e dos afro-brasileiros que povoavam o imenso Território Nacional e se preocupou muito mais os valores em resolver a serem indenizatórios pagos às oligarquias que participavam da economia escravocrata.
É no conflito que cresce e se desenvolve a vida e é dele que Brotam as perspectivas de mudanças, de quebra das imobilidades gestoriais que aprisionam e aprisionaram o convívio com as diferenças. Ou o Brasil se prepara para lidar com as diferenças ou continuaremos a fugir dos Conflitos históricos que adiaram se e se adiam desde a Constituição de nossa República.
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* Graduado em História pela Universidade de Minas Gerais - Campus de Divinópolis e Pós-Graduado em História e Cultura Afro-Brasileira e Africana pela PUC – MG.
Fonte e imagem: Diocese de Divinópolis
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