Hino da Independência é envolto em lendas
Por André Simões em odiario.com
"Pela sua força como símbolo pátrio, o Hino à Independência é uma escolha óbvia para o concerto da Orquestra Cesumar neste 7 de setembro. Mas para além do apelo nacionalista, a obra tem valor musical? O maestro Davi de Oliveira garante que sim, ressaltando que a composição junta inusitadamente características marciais (relativas às marchas militares) com um fraseado típico do período clássico. "É uma obra muito interessante."
A criação do hino tem um quê de lendário. Diz a história oficial que Dom Pedro I compôs a música numa sentada só, às quatro horas da tarde do 7 setembro de 1822, logo depois do Grito do Ipiranga.
A melodia foi escrita sobre um poema já existente de Evaristo da Veiga. Inicialmente adotada como Hino Nacional, foi substituída pela composição de Osório Duque Estrada e Francisco Manuel da Silva depois da proclamação da República, quando qualquer símbolo ligado à monarquia passou a ser repudiado.
Em 1922, no entanto, a composição voltou à condição de hino, desta vez da Independência, em celebração a seu centenário. Até hoje permanece muito querida e lembrada, seja pelos versos repletos de inversões sintáticas ("Já podeis, da Pátria filhos,/ Ver contente a mãe gentil"), que se prestam a paródias infames, ou pela beleza inegável da melodia. "Nosso imperador realmente tinha dotes musicais", diz Oliveira, entre risos."
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