Os Dragões da Independência e o bom uso dos símbolos nacionais
O capacete da Imperial Guarda de Honra dos Mosqueteiros do Imperador Dom Pedro I do Brasil | Museu Histórico Nacional | Foto: Dionatan da Silveira Cunha
Criado, em 1808, pelo então Príncipe Regente Dom João, recém chegado de Portugal, o 1º Regimento de Guarda do Exército, era uma das divisões militares mais prestigiosas até o golpe que impôs o fim da Monarquia no Brasil. Em 1822, com a Independência do Brasil, o regimento foi denominado Imperial Guarda de Honra dos Mosqueteiros do Imperador Dom Pedro I do Brasil ou Dragões da Independência. Depois de 1831, com a abdicação de Dom Pedro I e a futura ascensão de Dom Pedro II como segundo Imperador, a Guarda foi mantida, conservando seu sentido original de oferecer proteção ao governo Imperial.
No início da república, a Guarda foi relegada ao ostracismo, o uniforme, característico do Regimento – belo e altivo, foi modificado e o prestigio decaiu. Em 1927, o grande historiador Gustavo Barroso, célebre diretor do Museu Histórico Nacional, iniciou uma ação para exaltar os símbolos nacionais, quando então a Guarda foi alvo de restauros. No mesmo ano, o Museu Histórico Nacional recebeu estudiosos para a feitura de moldes de uniformes da antiga Guarda Imperial, utilizando-se ainda as estampas de Debret – artista que procurou homenagear a Imperatriz Dona Leopoldina no desenho dos uniformes, feitas no período Imperial, sendo mudadas alguns símbolos como o Brasão do Império e o Monograma de S.M.I, o Imperador Dom Pedro I, ainda em 1927 o 1º Regimento de Cavalarias de Guardas passou a envergar a nova farda.
Hoje, no entanto, este Regimento é pouco comentado e empregado em poucas funções, dentre as quais muitas não se aplicam, instituídas pela presidência da república, podendo ser citado o “circo” montado na data da Independência na esplanada dos Ministérios, em Brasília, quando a Guarda foi obrigada a entoar músicas populares que em nada tem a ver com a data em questão. Veja o vídeo:
"É o amor"
"Chora me liga"
"Pássaro de fogo"
Apenas no Brasil republicano os símbolos nacionais são motivos de deboche, chacota, alvos do desrespeito das instituições públicas. É uma vergonha a exposição errada a que os politiqueiros submetem símbolos tão caros a História nacional.
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