Dona Maria Teresa de Orleans e Bragança apoia projeto social que preserva a cultura e as tradições brasileiras em outros países
A Princesa Dona Maria Teresa de Orleans e Bragança, irmã do Chefe da Casa Imperial do Brasil, o Príncipe Dom Luiz, participou do projeto Alecrim que busca incentivar a preservação da cultura e das tradições do Brasil para brasileiros que escolheram outro país para morar. O projeto é focado nas crianças, com apresentações lúdicas e pedagógicas. Neste interim a Princesa brasileira que mora na Bélgica, foi convidada a contar a História de Dom Pedro I, seu tetravô para os pequenos brasileiros que fazem parte do projeto Alecrim em Bruxelas.
Confira na íntegra a história contada por Dona Maria Teresa:
Eu vim aqui para contar para vocês a história do meu tataravô, o Dom Pedro I. Ele é o pai, do pai, da minha bisavó. A princesa Isabel. Ele nasceu quase 200 anos atrás.
O nome completo dele era: Pedro de Alcântara Francisco António João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon. 16 nomes! Mas Pedro era suficiente! Esta é uma tradição de família, é o nome pessoal, mais o nome dos padrinhos e madrinhas, seguido o nome dos arcanjos protetores da criança. Eu mesma tenho 9 nomes!
Ele era o filho do rei de Portugal que se chamava D. João VI e a mãe dele era a Dona Carlota Joaquina. Quando ele tinha 9 anos, ele e a família real tiveram que sair de Portugal devido a invasão de Napoleão à Portugal.
Nesta época só tinha navios, barcos, cavalos e carruagens. Como ele tinha que atravessar todo o oceano Atlântico, eles foram em enormes navios para o Brasil. A viagem de navio até o Brasil durou vários meses. Foi super difícil e desconfortável. Imagine você ficar o tempo inteiro num navio cheio de gente, com muitas pessoas com enjôo por causa das ondas... Foi nesta viagem que cresceu o fascínio de Pedro pelos navios. A construção de navios foi uma atividade que ele se dedicou muitas horas quando adulto.
O Pedro era um menino que teve uma educação muito religiosa, rezava, ia a missa, e lia muito, e tudo em latim. Ele gostava muito de praticar esportes, como a equitação, e tinha especial prazer pela música, sendo o compositor do então Hino Nacional de Portugal até 1920 e do atual Hino à Independência do Brasil. Quando ele chegou ao Brasil, ele ficou maravilhado. Tinha tanta coisa legal no Brasil. O Brasil é um país mais quente; dava para brincar o “ano inteiro” no jardim, tinha muitas árvores, muitas frutas... E quando a família real chegou ao Brasil, ainda não tinha nenhum palácio todo chique e cheio das coisas, com todo o rigor como Pedro tinha em Portugal. Por isso eles ficaram morando provisoriamente numa das casas grandes e bonitas que já existia no Brasil. Que era ótima para as pessoas ricas que moravam nesta época, mas não muito apropriada para os reis segundo as tradições de Portugal. Para Pedro, agora, era muito fácil sair da casa e “passear” um pouco pelas ruas, o que normalmente não acontecia aos filhos dos reis na Europa. Os filhos dos reis nesta época, ou seja, os pequenos príncipes, eram superprotegidos dentro dos castelos. Mas vivendo no Brasil, e não tendo que morar num palácio, o Pedro tinha muito contato com a natureza e o povo brasileiro.
Quando ele completou 18 anos ele casou com a filha do imperador da Áustria, a Dona Leopoldina. Antes de casar, eles só se conheciam por pinturas!!!
Quando o pai do Pedro teve que voltar para Portugal, ele assumiu a regência do Brasil. Ou seja, ele ficou o responsável pelo Brasil em lugar do pai: o Pedro era então o “príncipe regente”. Pedro gostava tanto do Brasil que ficou feliz em poder ficar no Brasil mesmo que os seus pais fossem embora. Como o Pedro, agora conhecido como D. Pedro I, não precisava mais pedir a permissão do pai para tudo, ele mesmo podia decidir algumas coisas sozinho, ele começou a “melhorar” algumas coisas no Brasil. E cada vez ele ia fazendo mais, mais e mais e cada vez menos ia perguntando para o pai. Um ano depois, o pai dele escreveu uma carta que o Pedro deveria voltar para Portugal porque o Pedro não podia continuar fazendo todas as coisas que ele queria fazer, sem nunca consultar ao pai. Mas o Pedro não quis ir embora. Ele queria ficar no Brasil, ele adorava o Brasil e o povo brasileiro gostava muito dele também, porque o D. Pedro I estava melhorando muito o Brasil. No dia que ele recebeu a carta do pai, D. Pedro I disse na frente de todo mundo e bem alto:
"Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, diga ao povo que fico".
Este é o famoso dia do fico, em janeiro de 1822. E ele ficou no Brasil e não voltou para Portugal.
O pai dele, D. João VI, quando soube que o filho estava desobedecendo, ficou furioso, mas muito furioso. E mandou uma carta com um monte de “castigos” para o filho e para o povo brasileiro (que tinha influenciado o filho).
D. Pedro estava viajando a cavalo ao lado do rio Ipiranga, quando chegou o mensageiro para entregar a carta do pai, o rei de Portugal. Vocês nem imaginam como o Pedro ficou "bufando" de raiva ao ler a carta. E ele pensou: “eu não vou obedecer, eu e o meu povo brasileiro não vamos nos sujeitar a isso, nós já somos fortes e não precisamos mais de Portugal”. Então, ele pegou a espada dele, ameaçou assim para o céu, e gritou bem alto:
"Independência ou morte!".
E desde esse dia, o Brasil não mais dependeu de Portugal, é um pais independente. E a gente diz que neste dia, Dom Pedro I proclamou a independência do Brasil.
Confira o Projeto Alecrim Brasil
Fotos: Alecrim Brasil
Confira o Projeto Alecrim Brasil
Fotos: Alecrim Brasil
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A Princesa Dona Maria Teresa é a décima primeira filha do Chefe da Casa Imperial do Brasil de 1921 à 1981, o Príncipe Dom Pedro Henrique e da Princesa Dona Maria Elisabeth de Orleans e Bragança. Nascida em Jundiaí do Sul, em 14 de julho de 1959, Dona Maria Teresa casou-se em 4 de novembro de 1995, com o Senhor Johannes Hessel de Jong, da aristocracia belga, tendo com ele dois filhos: Johannes Pedro de Jong e Maria Pia Gabriela de Jong. A Princesa e a família residem em Bruxelas, capital da Bélgica.
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