G1: Vestido que Princesa Isabel utilizou para assinar a Lei Áurea está na Bahia
Vestido foi utilizado pela Princesa Isabel em dois momentos históricos. (Foto: Ingrid Maria Machado/G1)
Na década de 60, o Instituto Feminino da Bahia recebeu através da Família Orleans e Bragança um vestido produzido em tafetá de seda pura. O fato recebe grau de importância porque o vestido doado foi usado pela Princesa Isabel para assinar a Lei Áurea em 13 de maio de 1888. Independentemente do reconhecimento histórico da data, o vestido é considerado o mais emblemático no Museu do Traje e do Têxtil, que fica localizado no Instituto Feminino e está exposto para visitação gratuita em Salvador.
“Esse vestido a Princesa Isabel utilizou primeiramente para prestar juramento
como Regente do Império do Brasil em 1871 e depois foi utilizado para a
assinatura da Lei Áurea em 1888. A Família Real mantinha relações de amizade com
a família de Henriqueta Catharino, então o neto da princesa resolveu doar para o
Instituto, porque sabia que seria preservado. Ele sabia que em algum momento o
vestido seria exposto a visitação, como está hoje em dia”, contou a museóloga
Ana Maria Azevedo.
Henriqueta Catharino recebe em doação da Família Real,
vestido utilizado pela Princesa Isabel. (Foto: Reprodução/Ingrid Maria
Machado)
Recebido em uma solenidade especial com a presença de Henriqueta Catharino e do neto da princesa, Dom Pedro de Orleans e Bragança, o vestido chegou à Bahia na década de 60. Assim que chegou, a peça passou por uma restauração. Não foi possível recuperar o busto, por isso a restauradora Cláudia Nunes criou outro busto, cópia autêntica do original. A saia e a cauda foram originalmente recuperadas e são os destaques do traje. A museóloga conta ainda que a razão do vestido ter sido doado a casa, foi por conta de uma solenidade realizada por Henriqueta Catharino e que comemorava o centenário da Princesa Isabel.
"Dona Henriqueta comemorou solenemente o centenário da Princesa Isabel. Creio que outros estados tenham feito outras comemorações. A partir daí a família Orleans e Bragança encaminha uma carta a Henriqueta Catharino, dizendo que a comemoração feita por ela tinha sido a que mais tinha tocado a alma da família. Quando o afeto fala, as coisas ficam mais bonitas. Anos depois o vestido veio para o Instituto", disse.
“A peça é um gorgorão de seda, todo bordado em fios de ouro e prata com os
ramos de café desenhado na cauda. Os ramos de café estão representados no traje
para ostentar e mostrar a grande riqueza da época. O manto é feito em veludo e
todo bordado com fios de ouro. O verde do veludo representa o verde da bandeira
do Brasil”, afirmou Azevedo.
Vestido possui bordados de ouro e prata na saia e
na cauda. (Foto: Ingrid Maria Machado/G1)
na cauda. (Foto: Ingrid Maria Machado/G1)
Logo após a restauração ele foi exposto na sala da Princesa Isabel, mas com a
criação do Museu do Traje ele passou a ser a peça mais importante do acervo.
"Temos o cuidado e estamos sempre verificando o vestido, vendo se é preciso
fazer alguns ajustes, lavar", complementou.
Cuidados
Para lavar um vestido como esse, há todo um processo especial. Primeiro o vestido é levado para uma sala onde há uma grande bacia feita de aço inox. A peça é submersa na água e depois uma restauradora limpa o tecido com um pano. Não é utilizado nenhum tipo de produto químico. Logo após, ele é levado para outra mesa e é colocado para secar sob toalhas brancas. O vestido seca ao natural.
Para lavar um vestido como esse, há todo um processo especial. Primeiro o vestido é levado para uma sala onde há uma grande bacia feita de aço inox. A peça é submersa na água e depois uma restauradora limpa o tecido com um pano. Não é utilizado nenhum tipo de produto químico. Logo após, ele é levado para outra mesa e é colocado para secar sob toalhas brancas. O vestido seca ao natural.
A museóloga conta que há uma réplica do vestido no Museu Nacional.
Museu do Traje e do Têxtil
A história do Museu do Traje e do Têxtil se confunde com uma parte da história do Insituto Feminino da Bahia. Henriqueta Martins Catharino, descendente de uma das famílias mais ricas do interior da Bahia, é responsável por grande parte do acervo. Foi ela quem comprou em leilão diversos trajes ou recebeu como presente, como é o caso do vestido da Princesa Isabel.
Localizado no centro antigo de Salvador, em um casarão com 5 mil m2, o
Instituto Feminino abriga o Museu do Traje no último andar. Entre as roupas em
exposição, estão trajes de baile, festas e passeio, roupas de cama e mesa,
acessórios femininos, além de vestes eclesiásticas. Há vestidos datados de 1840,
1850 e 1860, indumentárias de algumas escravas, um acervo especial com 14
modelos de noivas de épocas diferentes, além de diversos outros vestidos. Há
ainda um acervo composto com adereços para cabelos, sapatos, bolsas, leques e
joias.
Serviço
Instituto Feminino da Bahia | Museu do Traje e do Têxtil
Instituto Feminino da Bahia | Museu do Traje e do Têxtil
Rua Monsenhor Flaviano, nº 02 - Politeama
Horário de Funcionamento:
Segunda, das 14h às 17h; terça a sexta, das 10h às 11h30 e das 14h às 17h30; sábado e domingo a instituição não funciona.
Por G1: http://g1.globo.com/bahia/noticia/2012/05/vestido-que-princesa-isabel-utilizou-para-assinar-lei-aurea-esta-na-bahia.html
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