Beatificação da Rainha Maria Cristina de Savoia, Rainha das Duas-Sicílias
Em 25 de janeiro de 2014, conforme o decreto
de S.S., o Papa Francisco, de maio de 2013, foi beatificada na Basílica de
Santa Clara dos Frades Menores, em Nápoles, a Rainha Maria Cristina de Savoia,
Rainha das Duas-Sicílias.
O Prefeito da Congregação para as Causas dos
Santos, Cardeal Angelo Amato, representando o Sumo Pontífice, celebrou
juntamente com inúmeros Bispos e Padres a solene cerimônia de Beatificação da
Rainha Santa, como popularmente é conhecida a Soberana Maria Cristina.
Conforme publicação do Blog Monarquia Já, em
maio de 2013, a Rainha Maria Cristina nasceu na Sardenha em 14 de novembro de
1812, sendo filha do Rei Vitor Manuel I e da Rainha Maria Teresa da Sardenha.
Em 1832 se casou com o Rei Ferdinando II das Duas-Sícilias e faleceu, prematuramente
aos 23 anos, por complicações geradas pelo parto de seu único filho, Francisco,
depois Rei das Duas-Sicílias.
A Família Imperial Brasileira fica
extremamente honrada com a beatificação de mais um antepassado, especialmente
pela Imperatriz Dona Teresa Cristina do Brasil, nascida Princesa das
Duas-Sicílias, ser sobrinha da Beata Maria Cristina. Para além deste parentesco
próximo, através do segundo casamento com a Arquiduquesa Maria Teresa da Áustria,
o Rei Fernando II, teve entre outros filhos,
Afonso, Conde de Caserta, que sucedeu ao meio irmão o Rei Francisco II – depois
da queda da Monarquia, como Chefe da Casa Real de Bourbon das Duas-Sicílias. O
Conde de Caserta era pai, dentre outros filhos, de Dona Maria Pia (1878-1973),
esposa do Príncipe Dom Luiz de Orleans e Bragança, Príncipe Imperial do Brasil,
do Príncipe Dom Carlos, Infante de Espanha (1870-1949), pai da Princesa Dona
Esperanza de Bourbon, esposa do Príncipe Dom Pedro Gastão de Orleans e
Bragança, e da Princesa Maria Cristina de Bourbon das Duas-Sicilias
(1877-1947), esposa do Arquiduque Pedro Fernando da Áustria (são os avós da
Arquiduquesa Walburga, esposa de Dom Carlos Tasso de Saxe-Coburgo e Bragança).
A Princesa Maria Teresa de Savoia (1803-1879), irmã mais velha da Beata, esposa
de Carlos II, Duque de Parma, pais de Carlos III e avós de Roberto I, Duques de
Parma, antepassados da Imperatriz Zita da Áustria e do avô da Princesa Dona
Christine (nascida Princesa de Ligne, esposa do Príncipe Dom Antonio de Orleans
e Bragança), o Príncipe Felix de Bourbon-Parma, Príncipe do Luxemburgo.
A Rainha Maria Cristina de Savoia era
reconhecida por todo o Reino como caridosa, piedosa e solidária, advindo de
suas ações o seu reconhecimento como “Rainha Santa”. O Cardeal Amato declarou
durante a celebração: “A beatificação da rainha Maria
Cristina de Savoia demonstra que a porta estreita da santidade pode ser
atravessada por todos, grandes e pequenos, ricos e pobres, homens e mulheres,
sacerdotes e leigos, porque a santidade consiste em amar a Deus e ao próximo,
com todas as nossas forças. A nova Beata foi tão conquistada pelo amor de
Cristo, a ponto de transformar a nobreza real em nobreza da graça, tornando-se
uma autêntica rainha da caridade. Ela fez da sua riqueza um talento, a ser investido
no Reino dos Céus. Como rainha, edificou a corte e o povo, com o seu testemunho
cristão, rezando, aconselhando e socorrendo, com generosidade, os pobres da
cidade e do reino de Nápoles. Por sua solícita caridade, os napolitanos a
chamavam ‘Rainha santa’”.
A Princesa de Veneza, o Príncipe Serge da
Iugoslávia, o Duque e a Duquesa de Aosta e a Princesa Marie Gabriela de Savoia
A multidão na frente da Basílica
A Arquiduquesa Beatriz da Áustria-Este, filha
da Princesa Margarita de Savoia-Aosta
Os Duques de Castro, os Duques de Noto, a
Duquesa da Calábria e a Princesa de Veneza
A cerimônia acompanhada por duas mil pessoas.
Dom Duarte sentado a frente acompanha a celebração que marca a beatificação de
sua antepassada
Na saída da Basílica, os Duques de Castro e
de Noto com os Cardeais celebrantes
A população saudosa da Monarquia
O túmulo da Rainha Santa
A celebração ocorrida na Basílica napolitana, durante a manhã de sábado, além de
celebrar a boa nova da beatificação da Rainha Maria Cristina, aguardada há
quase 180 anos, serviu para reunir os dois ramos da Família Real das
Duas-Sícilias, separados por disputas dinásticas quanto à Chefia da Casa Real.
Tanto o Duque de Castro, acompanhado da Família, quanto a Duquesa da Calabria,
nascida Princesa de Orleans, acompanhada dos filhos, compareceram ao evento
religioso que foi antecedido, ainda em Nápoles, por um jantar de gala
comemorativo. Notícias afirmam que os
dois ramos fizeram a assinatura de um acordo familiar em que cada um reconhece
os direitos do outro, reafirmando a superioridade da História da Família e a
prioridade da luta em favor da Monarquia e do provo das Duas-Sicílias.
Meios
de comunicação especializados noticiaram com grande destaque a reconciliação. O
site Royal Musings acrescenta que “em ocasiões futuras relacionadas com
a dinastia, os membros representarão toda a família e os Chefes de cada ramo serão
considerados em igualdade, partilhando
as suas responsabilidades históricas. Toda a família está determinada a não
reacender a disputa, tralhando juntos em unidade para o bem comum, em espírito
de reconciliação cristã inspirada na da Ordem de Constantiniana”.
Além
da presença dos Príncipes da Casa Real das Duas-Sicílias – inclusive o
Príncipe Casimiro e sua esposa – que residem no Brasil, compareceram também membros
da Família Imperial da Áustria e Real da Hungria, o Duque de Bragança, Dom
Duarte Pio, Chefe da Casa Real de Portugal, a Princesa de Veneza - representando
a Família Real da Itália, o Príncipe Serge da Iugoslávia, o Príncipe Radu da
Romênia, os Príncipes de Windisch-Graetz e representantes de diversas Casas
Principescas e da Nobreza de toda a Itália.
No jantar de gala, os Duques de Castro, a Duquesa de Noto e a Duquesa da Calábria, além do Duque de Bragança, observam o Duque de Noto em seu discurso.
Família Real das Duas-Sicílias: unida pela fé cristã, pela Monarquia e pelo povo
A
cerimônia foi acompanhada por mais de 2 mil pessoas. Do lado de fora da
Basílica, uma multidão manifestava seu contentamento pela beatificação, bem
como a vontade pela volta da Monarquia. Em um dos cartazes era possível ler: “a
despeito da exploração financeira criminosa globalizada, saudades do Reino
antigo, feliz, puro, saudável, próspero, evoluído e sempre vivo no coração do
povo das Duas-Sícilias. Viva o Rei”.
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Imagens: Il Matinno
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Imagens: Il Matinno
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