Semana da Pátria III
E na terceira postagem em homenagem a Semana da Pátria, transcreveremos esta carta escrita por Dom Pedro à Dom João VI, onde claramente tem-se a noção de que o Príncipe, que veio ao Brasil apenas com 10 anos de idade, sentia-se um Brasileiro e se preciso fosse daria seu sangue pelo povo, que futuramente iria representar. Verifica-se portanto mais uma mentira dos livros didáticos republicanos que dizem que Dom Pedro favorecia os portugueses, pois apesar de ter crescido no Brasil, senti-se um português. Contudo nesta carta, Dom Pedro se auto intitula Brasileiro. Outro aspecto relevante é o apego e o respeito a constituição, como carta magna, contrariando o que é dito nas escolas: Dom Pedro era uma Imperador com ímpetos absolutistas. NÃO! DOM PEDRO ERA UM IMPERADOR CONSTITUCIONAL. Esta carta é desconhecida de muitos Brasileiros. Aos que ainda não a conhecem, leiam. Aos que já conheçam releiam e propaguem para só assim fazermos jus a memória de nosso primeiro Imperador.
Rio de Janeiro, 26 de julho de 1822.
Meu Pai, e meu Senhor.
Parabéns à pátria, a Vossa Majestade, ao Brasil e ao mundo inteiro; a causa nacional, que era dependente da junção e declaração da maioria das províncias do Brasil à sua felicidade, vai como todos os que amarem a Vossa Majestade com Rei constitucional de fato, e não só de direito como Vossa Majestade estava sendo, desejam. Digo não de direito, porque só o direito não constituía tal, porque não tinha ação.
Meu Pai, e meu Senhor.
Parabéns à pátria, a Vossa Majestade, ao Brasil e ao mundo inteiro; a causa nacional, que era dependente da junção e declaração da maioria das províncias do Brasil à sua felicidade, vai como todos os que amarem a Vossa Majestade com Rei constitucional de fato, e não só de direito como Vossa Majestade estava sendo, desejam. Digo não de direito, porque só o direito não constituía tal, porque não tinha ação.
Hoje recebi uma deputação de Pernambuco que veio para me conhecer regente sem restrição alguma no poder executivo, por assim ser a vontade geral do povo e tropa da província.
Vossa Majestade perdoará o não ter mandado parte de tudo; mas assim convém para que os facciosos das Cortes caiam, por não saberem às quantas andam, e de mais porque como as circunstâncias me obrigam à convocação da assembléia geral constituinte, e legislativa, era só mero formulário, porque eu unicamente hei de fazer executar com todo gosto os seus decretos, e de lá mais nenhum.
Eu, Senhor, vejo as coisas de tal modo (falando claro) que ter relações com Vossa Majestade, só familiares, porque assim é o espírito público no Brasil, não para deixarmos de sermos súditos de Vossa Majestade, que sempre reconheceremos; e reconheceremos como nosso Rei; mas porque Sallus populi suprema lex esto, quero dizer, que é um impossível físico e moral Portugal governar o Brasil, ou o Brasil ser governado por Portugal.
Não sou rebelde como hão de dizer a Vossa Majestade, os inimigos de Vossa Majestade são as circunstâncias. Eu, as duas meninas, a princesa, pejada de três meses, estamos de perfeita saúde.
Deus guarde a preciosa vida e saúde de Vossa Majestade como os bons Portugueses, e mormente nós, Brasileiros, havemos mister.
Sou de Vossa Majestade com o mais profundo respeito súdito fiel, filho obedientíssimo que lhe beija a Sua Real Mão.
Pedro
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Imagem 1: Independência ou Morte, de Pedro Américo. Arquivo digital pessoal.
Imagem 2: Dom João VI e Dom Pedro I, por Jean - Baptiste Debret. Arquivo digital pessoal.Imagem 3: Dom Pedro, por João de Deus da Fonseca (1826) . Arquivo digital pessoal.
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