Dom Carlos e Dona Walburga Tasso de Saxe-Coburgo e Bragança no Brasil
Um dos mais ilustres descendentes dos
Imperadores do Brasil, acompanhado de sua esposa, nascida Arquiduesa da
Áustria, vem ao Brasil no mês de maio. Trata-se de Dom Carlos Tasso de Saxe-Coburgo
e Bragança e de sua esposa, a Senhora Dona Walburga, que visitarão Estados
brasileiros para realização de palestras em entidades culturais e para o
lançamento do livro Dom Pedro II na
Alemanha.
Em 5 de maio, no Instituto Histórico de
Petrópolis, Dom Carlos fará palestra intitulada “Uma Princesa entre a Corte e o
Mato”, sobre a incrível saga da Princesa Teresa da Baviera (1850 - 1925),
brilhante etnóloga e botânica, que empreendeu viagens pelo mundo todo,
destacando-se a que fez ao interior, à época ainda inóspito, do Brasil. No dia
7, no Instituto histórico e Geográfico do Brasil, na cidade do Rio de Janeiro,
e dia 15, na Livraria Cultura, do Conjunto Nacional, na cidade de São Paulo,
Dom Carlos lança seu mais recente livro Dom
Pedro II na Alemanha.
Sobre
Dom Carlos Tasso de Saxe-Coburgo e Bragança
Dom Carlos Tasso de Saxe-Coburgo e Bragança
nasceu em Gmunden, Alta Áustria, em 16 de julho de 1931, é o atual Chefe do
Ramo Dinástico de Saxe-Coburgo e Bragança, um dos Ramos da Família Imperial
Brasileira. Dom Carlos foi vítima do exílio imposto pelos republicanos
golpistas e pela situação política da Europa de então, nascendo na Europa, mas
sendo registrado na Embaixada Brasileira, vindo a confirmar o ato aos 18 anos,
na maioridade, tal como ocorreu a outros Príncipes da Casa Imperial do Brasil,
incluindo-se aí o Imperador de jure do Brasil, Dom Luiz e o Príncipe Imperial,
Dom Bertrand de Orleans e Bragança, nascidos em Mandelieu, na França.
Dom Carlos Tasso é o filho mais velho da
Princesa Dona Teresa Cristina de Saxe-Coburgo e Bragança (1902-1990), a
terceira filha do Príncipe Dom Augusto Leopoldo, e do Barão Lamoral Taxis de
Bordogna e Valnigra (1900-1966). Têm duas irmãs, Dona Alice, Condessa
Formentini (falecida em 2013) e Dona Maria Cristina, além de Dom Filipe (que
serviu como tenente na marinha brasileira), seu irmão mais novo.
Dom Carlos descende da segunda filha do
Imperador Dom Pedro II e da Imperatriz Dona Teresa Cristina, a Princesa Dona
Leopoldina, casada em 1864 com o Príncipe Luiz Augusto de Saxe-Coburgo-Gotha,
Duque de Saxe e Almirante da Marinha Imperial do Brasil. Deste matrimônio
nasceram quatro filhos, dentre eles o Príncipe Dom Augusto Leopoldo, nascido em
Petrópolis, criado como Príncipe brasileiro – recebendo, inclusive, a distinção
de Dom e o tratamento de Alteza por parte do Imperador Dom Pedro II, seu avô.
Dom Augusto Leopoldo foi exilado com toda a Família Imperial em 1889, e
desposou em 1894, Dona Carolina Maria, nascida Arquiduquesa da Áustria-Toscana,
com quem teve 8 filhos, dentre os quais a Princesa Dona Teresa Cristina que foi
a única filha deste casal a conservar a nacionalidade brasileira e,
consequentemente, direitos dinásticos ao Trono do Brasil.
A Casa de Tasso, da qual também descende,
pertence à antiga nobreza (tendo títulos que antecedem a descoberta do Brasil)
e era responsável pelos correios do Sacro Império Romano-Germânico, tendo dela
pertencido o poeta Torquato Tasso. O pai de Dom Carlos, o Barão Lamoral Taxis
de Bordogna e Valnigra, pertencente ao Ramo italiano da Casa Principesca de
Tasso (Thurn und Taxis), faleceu em 1966. Pelo falecimento de seu pai, Dom
Carlos deveria herdar seus títulos, porem seu senso de dever histórico e seu
amor às tradições e a terra do Brasil, fizeram com que, aos 18 anos,
confirmasse a decisão materna de tê-lo registrado na Embaixada do Brasil na
Áustria, reconfirmando sua nacionalidade brasileira. Portanto, em 1949, tendo
reconfirmado a sua nacionalidade brasileira, Dom Carlos automaticamente perdeu
seus direitos a utilização dos títulos de seu pai, muito especificamente o de
Barão de Taxis de Bordogna e Valnigra, assumindo então a posição de herdeiro
presuntivo de sua mãe, passando efetivamente a Chefia deste Ramo dinástico com
o falecimento da Princesa Dona Teresa Cristina, o que ocorreu efetivamente em
1992.
Após a fundação do Museu Imperial de Petrópolis, Alcindo de Azevedo Sodré explica ao Chefe da Casa Imperial do Brasil, Dom Pedro Henrique de Orleans e Bragança e a Dom Carlos Tasso de Saxe-Coburgo e Bragança detalhes da instalação. Em evidência, a Coroa Imperial
Dom Carlos realizou seus estudos na Áustria,
Itália e no Brasil, no tradicional colégio Santo Inácio e na Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro, ambas as instituições localizadas na
cidade do Rio. Sua dedicação ao estudo da História do Brasil começou quando
ainda era jovem e são marcantes suas demonstrações de afeto e carinho por sua
Pátria. Foi presidente de várias
companhias industriais e um dos Diretores do Centro de Indústrias do Estado de
São Paulo, foi também presidente do Rotary International italiano entre 1992 e
1993.
Em 17 de janeiro de 1969, Dom Carlos desposou
a Arquiduquesa Walburga da Áustria-Toscana, Arquiduquesa da Áustria e Princesa
da Toscana, filha do Arquiduque Jorge de Áustria-Toscana e da Condessa Maria
Valéria de Waldburg-Zeil-Hohenems, e bisneta do Grão-Duque Fernando IV da
Toscana. Dona Walburga é trineta do Imperador Francisco José I da Áustria e
também da Imperatriz Elisabth, a famosa Imperatriz Sissi. Pelo nascimento, ela
possui estreitas ligações com a Família Imperial do Brasil. Seu pai, o
Arquiduque Jorge era padrinho de batismo do Príncipe Dom Antonio de Orleans e
Bragança. Dona Walburga é neta paterna da Princesa Maria Cristina de Bourbon
das Duas-Sicílias, irmã da Princesa Maria Pia, esposa do Príncipe Dom Luiz de
Orleans e Bragança, sendo, desta forma sobrinha neta desta Princesa, o que
ocasiona um parentesco próximo com todos os filhos e netos de Dom Luiz, o
Príncipe Perfeito, estando aí incluído o atual Chefe da Casa Imperial do
Brasil, Dom Luiz de Orleans e Bragança.
Em 2012, Dona Walburga e Dom Carlos Tasso de Saxe-Coburgo e Bragança são recebidos, festejados e homenageados em Treze Tílias, Santa Catarina
Dom Carlos e Dona Walburga tiveram oito
filhos, que conservam também a nacionalidade brasileira, e 10 netos, são eles:
- Dom Afonso Carlos (1970) casado (2000) com
Dona Charlotte, nascida de Panafieu, da nobreza francesa, com membros
destacados na sociedade, na cultura e na política europeia, filha de Guy de
Panafieu, importante executivo e financista, foi diretor da Lyonnaise des Eaux,
departamento de águas e saneamentos francês, ex-presidente do grupo público
Bull, e de Françoise Marie Thérèse de Panafieu, nascida Missoffe, deputada no
Parlamento francês desde 2002, membro do UMP, antiga ministra do Turismo
(1995), prefeita do 17ème arrondissement de Paris, de 2001 a 2008. Ela, por sua
vez, é filha de François e Hélène Missoffe, antigos ministros (do general de
Gaulle de Valery Giscard d´Estaing). A Senhora Hélène é nascida Mitry, da casa
dos Condes de Mitry (familia cavalheresca, descendente de Charles Joseph, Conde
de Mitry, camarista do Duque de Lorena), filha do Conde Emmanuel de Mitry,
oficial da Legião de Honra, cruz de guerra 1914-1918, e de Marguerite de
Wendel, de grande família da burguesia francesa. Dona Charlotte Tasso de
Saxe-Coburgo e Bragança tem um irmão, o Senhor Marc de Panafieu, que casou com
a Princesa Alexandra Cantacuzene, descendente do Imperador bizantino João VI
Cantacuzeno e de Famílias nobres da Moldávia, Valáquia, Grécia e Romênia. O
casal tem dois filhos: Dona Pia (2004) e Dom Taddeu Augutso (2011).
- Dona Teresa Cristina (1971) casada (2000)
com o Senhor Christian Paul Hunt, conhecido empresário e investidor no Brasil,
membro da importante família belga Hunt, com ligações com a Família Real
daquele país. O casal tem quatro filhas: Dona Maria Helena (2003), Dona Gabriela
Cristina (2005), Dona Eleonora e Dona
Catarina. Moram no Brasil.
- Dom José, nascido em 1972.
- Dona Maria Leopoldina (1974), casada (2004)
com o Senhor Alessandro Pavone, da aristocracia italiana. O casal tem duas
filhas: Eugenia Carolina (2005) e Sofia Leopoldina (2008).
- Dona Carolina (1976) casada (2006) com o
Senhor Sébastian Dalcourt.
- Dom Antonio (1979) casado (2004) com Dona
Gabrielle, nascida Condessa de Tardieu de Maleissye-Melun, da Família de Condes
de mesmo nome (titulada desde a metade do século XVI). É filha de Marie
Françoise, nascida de Gouvello de Keriaval, e de Jean Tardieu, Conde e Condessa
de Maleissye-Melun. Pelo pai, Dona Gabrielle, desecende dos Marqueses de
Mailly- Nesle, que originou a titulação atual dos Príncipes de Orange e dos
Príncipes de l'Isle-sous-Montréal. Destaca-se que, através de sua tia avó,
Marie Maleissye-Melun era casada com Remi Fromentin St. Charles, primo do pai
de Dona Camila, Duquesa de Castro e esposa do Príncipe Dom Carlos de Bourbon
Duas-Sicílias, Duque de Castro. Por sua mãe descendente da nobreza da França e
da Bélgica, sendo neta de Renaud, Marquês de Gouvello de Keriaval, e de
Beatriz, Princesa de Merode. A bisavó de Dona Gabrielle é a nobre Octavia
Grouchy, da Família dos Condes de mesmo nome – sobrinha dos Marqueses d'
Ormesson, casada com o Marquês Amédée de Gouvello de Keriaval. Ainda por sua
mãe, tem parentesco com os Duques d'Estissac, com os Marqueses de Rouge e com a
família de La Rochefoucauld. Dom Antonio e Dona Gabrielle têm dois filhos: Dom
Armando (2006) e Dom Pedro (2008).
- Dom Fernando Carlos (1980), falecido na
infância.
- Dona Maria Aparecida, nascida em 1985.
Como grande estudioso, pesquisador e escritor
reconhecido internacionalmente, publicou vários trabalhos, entre livros e
ensaios e até hoje realiza pesquisas históricas e econômicas relativas ao
Brasil, dos quais se destacam:
Livros
“Vultos do Brasil Imperial na Ordem Ernestina
da Saxônia”
Anais
do Museu Histórico Nacional, Rio de Janeiro, vol. XII, 1961
“O Ramo Brasileiro da Casa de Bragança”
Anais do Museu Histórico Nacional, Rio de
Janeiro, vol. XVIII, 1968
“O Imperador e a Atriz” – Dom Pedro II e
Adelaide Ristori
Editora Universidade de Caxias do Sul, 2007
“A Princesa Flor” – Dona Maria Amélia, a
filha mais linda de D. Pedro I do Brasil e IV do Nome de Portugal Edição
Direção Regional Assuntos Culturais, Funchal, Madeira, 2009 - Prêmio “8º Conde
dos Arcos“ da Academia Portuguesa da História, no ano de 2010
“Dom Pedro II em Viena 1871-1877”
Editora Insular, I.H.G.S.C., Florianópolis,
2010
“Dona
Maria Amélia de Bragança”
Academia Portuguesa da História Ed. e
Conteudos S.A., Aveleda, Portugal, 2011
“A
Intriga” – Retrospecto de Intricados Acontecimentos Históricos e suas
Consequências no Brasil Imperial Editora Senac, São Paulo, 2011
Ensaios
“Precioso Achado”
A aliança nupcial de Dom Pedro I na Suécia
“O Jornal”, Rio de Janeiro, 29 de novembro de
1953
“Rev. I.H.G.B.”, vol. 224, p. 316, ano
1954
“Pio XII e a Redentora”
“O Jornal”, Rio de Janeiro, 27 de dezembro de
1953
“Rev. I.H.G.B.”, vol. 225, p. 267, ano
1955
“Poesias de Além Mar”
Uma
desconhecida glória do Brasil.
“O Jornal”, Rio de Janeiro, 21 de fevereiro
de 1954
“Rev. I.H.G.B.”, vol. 226, p. 267, ano
1955
“Joaquim Caetano da Silva” Contactos com D.
Pedro II
“O
Jornal”, Rio de Janeiro, 6 de abril de 1958
“Diario de São Paulo”, 20 de abril de 1958
“Rev. I.H.G.B.”, vol. 240, p. 84, ano 1958
“Rev. I.H.G.e A.”, do Ceará – LXXIII
1959
“Os Taunay e a Família Imperial do Brasil”
Palavras pronunciadas no Instituto Histórico
e Geográfico de São Paulo, no dia 22 de maio de 1958, na sessão solene em
memória do Dr. Afonso de E. Taunay.
“Correio Paulistano”, 3 de junho de 1958
“Rev. I.H.G.B.”, vol. 241, p. 191, ano
1958
“Cartas do Príncipe D. Pedro Augusto”
“Rev. I.H.G.B.”, vol. 238, p. 442, ano
1958
“A Princesa Dona Leopoldina”
“O Jornal”, Rio de Janeiro, 23 de maio de
1954
“Rev. I.H.G.B.”, vol. 243, p. 72, ano 1959
“A formação artística da Imperatriz Dona
Leopoldina"
“Revista do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional”, vol. XV, 1961
“O Barão de Japurá” Suas missões no exterior
e a Convenção Matrimonial da Princesa Dona Leopoldina “Rev. I.H.G.B.”, vol.
255, 1962
“As visítas de Dom Pedro II a Coburgo”
“Rev. I.H.G.B.”, vol. 272, 1966
“Dom Pedro II Peregrino na Terra Santa”
“Digesto Econômico”, São Paulo, n.º 190,
Julho/Agosto 1966
“Vozes”, Petrópolis, 8 de agosto de 1966
“Rev. I.H.G.B.”, vol. 271, 1966
“Dom
Pedro Augusto e Orville Derby”
“Rev. I.H.G.B.”, vol.277, 1967
“São Pedro, uma Igreja do Brasil no Egito”
Anais do Museu Histórico Nacional, vol. XXI
“Revista de História” n.º 66, vol. XXXII, São
Paulo, 1966
“Documentos Imperiais”
Todas as certidões de nascimento, casamento e
falecimento da Família Imperial desde Dom João VI, entregues ao Arquivo do
I.H.G.B. para serem ali conservadas.
“A Imperatriz Dona Leopoldina”
Sua correspondência com Maria Luisa de Parma
Rev. do Livro n.º 26, Setembro de 1964, Rio
de Janeiro
“Rev. I.H.G.de São Paulo”, Edição
Comemorativa da Independência, 1972
“Nascita e Sviluppo delle Poste Tassiane”
“Realtà Nuova” Istituto Culturale Studi
Rotariani, 1/2 – 1984 Milano
“L’Arcipelago di Madeira”
Bollettino Rotary Udine Nord, Italia, -5 –
1997
“Príncipe Dom Pedro Augusto de Saxe-Coburgo e
Bragança”
Leilão em Viena “Rev. I.H.G.B.”, vol. 422 ,
2004
“As Confidências do Visconde de Itaúna a Dom
Pedro II”
“Rev. I.H.G.B.”, vol. 424 – 2004 – vol. 429 –
2005. – vol. 430 – 2006
“Dom Pedro I à procura de uma noiva”
“Rev. I.H.G.B.”, vol. 435 - 2007
“Rev. I.H.G.R.S.”, vol. 141 - 2006/7
“Dom Pedro Augusto e seus contatos com a avó,
Clementina Duquesa de Saxe”
“Rev. I.H.G.B.”, vol. 440 - 2008
“Palácio Leopoldina”
“Rev. I.H.G.B.”, vol. 438 - 2008
“A Imperatriz Dona Leopoldina”
- Sua presença nos Jornais de Viena entre
1797 e 1826 e a sua renúncia à Coroa Imperial da Áustria. Anais do Museu Histórico Nacional, n.º 40 –
2008
“O Duque de Santa Cruz”
Contribuição à sua biografia texto integral
no site do Instituto Histórico de Petrópolis, www.ihp.org.br , palestra a
27/10/2008 ao ser empossado como associado correspondente.
“Augusto de Leuchtenberg” Duque de Santa Cruz
e Príncipe Consorte Conferência pronunciada na Academia Portuguesa da História
em Lisboa, 2009
“Uma Visitante Ilustre na Madeira. Sisi a
Imperatriz da Áustria” (1860/61 – 1893/94) ISLENIA, Ed. DRAC, Funchal, Madeira,
2011
Dom Carlos Tasso de Saxe-Coburgo e Bragança é
membro efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Brasil, bem como de quase
todos os institutos históricos nacionais. Membro da Real Academia Espanhola de
História e da Academia Portuguesa de História. É Balio-Grão Cruz de Honra e
Devoção da Ordem de Malta, tendo sido presidente da Associação para São
Paulo.
Atualmente Dom Carlos, acompanhado de Dona
Walburga, divide seu tempo entre o Brasil, Portugal e Áustria, onde possuem
filhos, netos, muitos amigos e admiradores.
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